15 de ago. de 2010

Novo Uno: Uma “nave” acessível.

17º, 18º e 19º dias

Chegou a minha vez de testar o novo Uno. Minha missão era ficar um fim de semana com ele. Na verdade, não tinha nenhum roteiro programado, contudo, rodei mais de 250 km com o hatch entre sexta-feira à noite e domingo (nossa unidade já passa dos 3.700 km). Pude andar com ele vazio e totalmente carregado com cinco passageiros. Acabei de vender o meu antigo carro, um Palio Fire 2008 básico, portanto, creio ter uma boa base de comparação.

Enfim, antes de falar das qualidades dinâmicas do carro, vou explicar o meu titulo. Por que nave? Ande com esse carro na rua e você entenderá. Eu nunca vi um carro “popular” chamar tanta atenção nas ruas. Não é a mesma atenção de um carro sofisticado importado. As pessoas o olham como se fosse de brinquedo, com total simpatia e satisfação em relação ao design. A cor verde da unidade de testes ressalta ainda mais essa sensação de “queridinho”.

No domingo, enquanto arrumava algumas coisas em frente de casa, praticamente todos os vizinhos queriam ver e chamavam as esposas para ver também. Minha enteada, que vai completar 18 anos, já escolheu o carro. É incrível como esse modelo caiu no gosto popular com tão poucas unidades nas ruas.

O melhor de tudo é que ele realmente confirma na prática as boas impressões que temos dele quando está parado. Um veiculo acessível com faixa degradê no vidro, luz no porta-luvas, temporizador da luz interna, alças para todos os passageiros, porta-óculos e espelho para ver as crianças atrás não e normal. Não mesmo. Temos de considerar, é claro, que alguns desses itens são opcionais, mas tê-los à disposição mesmo pagando mais já é positivo em comparação aos concorrentes.

O acabamento dele não é impressionante, mas é de bom gosto e não passa aquela impressão de carro de entrada, como a maioria dos concorrentes sugere. Com o aplique interno (opcional), a sensação de qualidade melhora ainda mais. Apenas achei que a cobertura do porta-malas poderia ter um visual melhor, pois o fino plástico escolhido é pobre demais.

A posição de dirigir é facilmente encontrada com um banco que regula a altura, apesar de o encosto ter aquela velha alavanca que exige habilidade do motorista para conseguir um ajuste fino. O volante de três raios tem uma boa pegada, ainda mais nesta versão que tem apliques de couro que ressaltam mais uma vez a boa sensação de qualidade que havia comentado. No meu antigo Palio, tinha de colocar o assento todo para trás e ficava no limite para não ficar com as pernas em posição errada. No Uno, ainda tinha folga, mesmo com o limitador. Quem vai atrás também não tem do que reclamar. Andei com três passageiros e ninguém sentiu falta de espaço. Eu também sentei atrás com os meus 1,80 m com o banco do motorista ajustado para mim e pude me acomodar bem, com espaço de folga para as pernas e cabeça. A sensação de espaço é boa e ele ainda tem um console com dois porta-copos que acabam virando porta-moedas, celular etc.

O painel de instrumentos é pequeno, mas oferece boa leitura. Não tem nada a ver com o antiquado painel que equipava o antigoVW Fox, por exemplo. Os botões que ajustam o sistema de ar-condicionado são grandes e de fácil operação.

Na hora de andar, contudo, o motor 1.0 deixa a desejar. Perto do meu antigo Palio, o Uno fica bem aquém em desempenho. Mas também devo considerar que o Uno é completíssimo, enquanto o meu Palio era básico.

Em todas as partidas que fiz com o motor frio, senti um pouco de dificuldade e ainda o deixei morrer uma vez quando tentava sair. Com o motor frio, o desempenho dele é sofrível. Logo que saio de casa, enfrento uma ladeira e, com ele, mal conseguia alcançar o cume. É um problema e tanto que nunca vi desde a época do surgimento da injeção eletrônica. Depois de aquecido, achei o desempenho um tanto fraco, exigindo bastantes trocas do curto e bom câmbio que equipa o modelo. Ele dá conta do recado na cidade, mas é bem fraquinho… O motor 1.4 deve casar bem melhor com ele, principalmente nessa configuração completa.

O comportamento dinâmico é bem adequado e até “sobra“ para a performance apática do modelo. Ele é bem mais firme que a atual linha Palio e mais macio que o Mille. De qualquer forma, consegue um equilíbrio adequado que não transmite sensação de suspensão barata e pouco progressiva. Não gostei dos pneus Bridgestone que equipam ele. Achei a carcaça um tanto mole em curvas mais fechadas, trazendo um balanço logo na abordagem da curva.

Resumindo: o que mais gostei foi o estilo, altura dele em relação ao solo e a modernidade do design que, aliado às cores e aos adesivos personalizados, conferem um ar especial e chamativo à novidade. O bom espaço interno e o acabamento também surpreendem. Nada demais, apenas justo pelo valor cobrado.

Não gostei do desempenho, um tanto contido, e da cobertura do porta-malas, que destoa do restante do carro.

Problemas na partida a frio

Hoje pela manhã o Uno foi deixado em uma concessionária para que o problema da falta de força com o motor frio seja resolvido. Como de praxe, não nos identificamos como jornalistas, mas a autorizada provavelmente notará que se trata de um carro de frota da Fiat ao checar o documento.

De qualquer forma, nosso assistente de testes, Leonardo Barboza, apresentou-se como um cliente comum. A concessionária prometeu a entrega do Uno no fim da segunda-feira ou início da terça. Vamos aguardar o retorno e postaremos depois nossas impressões em relação ao atendimento e à solução do problema.

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