29 de ago. de 2010

Novo Uno: Uma (agradável) surpresa!

37º Dia

Como muitos que viveram o final da adolescência nos anos 90, o Uno faz parte da minha vida. Aprendi a dirigir em um Uno CS 1.3 1987 e, em grande parte das viagens e bons momentos da minha juventude, há um Mille ELX 94 de coadjuvante. Pois é, exceto pelo câmbio daquele CS, só tenho boas lembranças desse Fiat, e depois de conhecer melhor este Way do Teste dos 100 dias, tive vontade de voltar a ter um Uno na garagem.

Para mim, prazer ao dirigir significa muito mais que contar com um motor esperto e com um comportamento dinâmico eficiente. Ter a minha frente um painel de instrumentos completo e bonito (conta-giros é fundamental), um volante com boa empunhadura e uma boa posição de pilotagem considero tão ou mais importante que o número de cavalos do motor ou os kgfm de torque… e, exceto por pequenos detalhes, este Uno me agradou muito nesse sentido. Sou um crítico mordaz dessa penúria que se tornou o acabamento dos veículos nacionais, mas, felizmente, este novo Uno parece ser uma exceção à regra — pelo menos nesta versão Way. Está certo que faltou “aparar as arestas” de alguns plásticos, entretanto, encontrei um interior bonito no design e de bom gosto nos detalhes. Os materiais são simples, mas fica claro que alguém na Fiat se preocupou em deixá-los com um aspecto agradável aos olhos e ao tato, preocupação que não notei em muitos carros desse segmento. Um interior desenhado com muito bom gosto. Pena que a bela cobertura decorativa sobre o painel, em plástico preto brilhante, reflete no pára-brisa quando o sol está a pino. Gostei muito da ergonomia do carro. Os comandos estão à mão, os bancos são confortáveis e a visibilidade é excelente, contudo, gostaria de ter mais espaço entre os pedais, especialmente entre o freio e o acelerador.

Gosto muito destes carros com índole mais “Adventure”. Não pelo visual externo carregado, mas sim pela suspensão mais elevada e pneus altos. Nada me tira mais o tesão de dirigir do que ter de ficar preocupado com o estado das ruas para não amassar uma roda. Nesse sentido, este Way é um paraíso. Como só andei pela cidade, não posso falar sobre a estabilidade em alta velocidade, entretanto, na “selva urbana” este Way é impecável, conseguindo transmitir uma dose de conforto incomum para um carrinho compacto como ele é. A direção é muito rápida — 2,7 voltas de batente a batente — o que significa uma agilidade fantástica. O motor está longe de ser um foguete, mas também não compromete muito o desempenho desde que você mantenha o ar condicionado desligado. Na minha opinião, principalmente por ser um motor moderno, o Fire 1.4 EVO deveria ser menos áspero e rumoroso.

Como disse, particularmente não gosto desse visual repleto de apliques plásticos do Way, mas as linhas gerais deste novo Uno são realmente belas. Nada como um carro verdadeiramente novo! Gostei, uma agradável surpresa.

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