11 de ago. de 2010

Novo Uno: Ele é seguro. Mas e o seguro?

14º dia

A análise de segurança dos carros vai além da simplicidade de dispor de airbags e ABS. No cenário atual, em minha opinião, dispor disso como opcional é o mínimo que qualquer carro deve ter – mesmo que no caso do Uno, você deva adquirir um kit que contenha direção hidráulica por causa dos airbags. E exemplos do quão são imprescindíveis as bolsas infláveis e o sistema antitravamento dos freios não faltam. Além disso, os cintos de segurança, a deformação da célula de sobrevivência e barras de proteção no entorno do carro estão entre outros itens pensados e repensados pelos fabricantes a cada novo modelo.

Um fato que me chamou a atenção no novo Uno foram os encostos de cabeça dos bancos dianteiros serem costurados ao encosto. Você não precisa regular. Os mais ranzinzas dizem que “você NÃO PODE regular” o que sugere uma proibição, uma perda de liberdade sobre o que eu posso ou não posso fazer com o meu carro. Na verdade, pode até ser melhor assim. A bem da verdade, o encosto está lá para evitar o “efeito chicote” feito pela cabeça em caso de colisão, principalmente, traseira. Sendo assim, vale verificar que o encosto do novo Fiat, apesar de não poder ser regulado, abrange o espaço total da cabeça de, pelo menos, 99,9% dos motoristas. Isso porque, os brasileiros que têm mais de 2m de altura – os quais podem, em hipótese, não ter a cabeça protegida pelo encosto – representam menos de 0,1% da população brasileira. Eu tenho 1,91m e ficou na medida. Aliás, até sobrou. E a função dele é só essa. Apesar de pensarmos na estética e no “poder” de regulá-lo, o banco do Fiat está, sim, dentro da normalidade, mesmo que costurado ao encosto.

O outro assunto é sobre o preço do seguro. Fiz uma consulta preliminar, logo no lançamento do carro, antes mesmo de ele chegar às concessionárias. Depois de pesquisar em cinco conhecidas corretoras, cheguei ao valor médio de R$ 2 250 (8,2% do valor do carro) para o Uno Vivace, 1.0, em um comparativo publicado na edição nº 200 da revista CARRO. O perfil era de um homem, casado, com filhos, 40 anos, único condutor, que mora na Zona Sul de São Paulo ( bairro de Santo Amaro) que usa o carro para trabalhar e para o lazer e o guarda sempre em garagem particular. Contudo, depois do lançamento a história mudou.

Cotamos hoje em quatro grandes seguradoras do país, duas de bancos e duas independentes, e o resultado foi um pouco diferente. Para o mesmo Uno Vivace 4 portas, a proteção total subiu para R$ 3.050 (11,1% do valor do carro). Para o Uno Way 1.0, como o testado, o valor médio chegou a R$ 3.715 (12,9%). Quem optar pelo Uno Attractive, com motor 1.4, terá de desembolsar, em média, cerca de R$ 3.400 (10,8%) e R$ 3.480 (10,8%) para a versão Way 1.4. Sendo assim, a versão que está em avaliação no teste dos 100 dias tem o seguro mais caro, em proporção e espécie, dentre os novos Uno.

Agora, o que eu não entendo é o motivo de a projeção de tal proteção total do carro antes do lançamento ter sido tão abaixo do que realmente se confirmou. Algum analista de seguros responde para nós?

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