20 de ago. de 2010

Novo Uno: O áspero 1.4.

26º dia

Rodei cerca de 200 km com o Uno em trechos urbanos nos últimos dias e, de ontem para hoje, peguei um pouco de estrada. Nas duas situações o motor 1.4 teve um desempenho razoável, mas sempre incomodou por dois motivos: uma certa aspereza em seu funcionamento e o alto ruído que invade a cabine, especialmente quando se estica as marchas acima de 3.000 rpm.

Primeiro vamos entender o que é um motor áspero. Nota-se já na hora de virar a chave: propulsores mais suaves costumam ser muito silenciosos e, às vezes, até enganam motoristas mais inexperientes, que pegam um carro já ligado do manobrista, por exemplo, e tentam acionar o motor sem perceber que ele já está em funcionamento. Com o automóvel parado, não estamos falando ainda do isolamento acústico, afinal, as portas e janelas podem estar abertas. Trata-se da harmonia de trabalho entre pistões, bielas, virabrequim, válvulas e coxins de fixação, estes responsáveis pela amortização das vibrações.

Vamos a um exemplo dentro da própria Fiat: quando se dá a partida no novo motor 1.6 16V E.TorQ do Punto, o baixo ruído e a pouca vibração que ele transmite ao carro já nos passam a mensagem que sob o capô repousa uma unidade suave. No Fire Evo 1.4 do Uno ocorre o contrário. Logo na partida o motorista percebe que terá de conviver com um carro áspero e que transmitirá um nível de ruído acima do desejado para dentro do habitáculo.

“Anda bem, mas ronca que é uma beleza, hein?”, disse meu pai logo depois de dar um volta com o Uno 1.4. E eu nem havia comentado nada sobre isso. Compartilho com ele essa impressão, mas em partes, já que ele não andou com o 1.0.

Achei, sim, que o Uno 1.4 anda bem, mas não tão bem se comparado ao 1.0. Trocando em miúdos: o 1.0 é bom para um 1.0 e o 1.4, logicamente, é melhor, mas não é tão bom quanto se esperaria de um bloco com essa cilindrada. A principal diferença é o torque, que permite uma tocada com menos trocas de marcha. Fora isso, os desempenhos são bem parelhos, até mesmo na estrada. Em função do barulho, percebi que andar a 120 km/h com o Uno 1.4 gera estresse em rodovias. Chega a ser irritante mesmo para um carro de entrada.

Para tirar essa história a limpo, assim que testarmos este Way 1.4 publico aqui os dados de ruído aferidos na pista de testes e faço a comparação com os números do Way 1.0.

Conclusão: se tivesse de recomendar um Uno, hoje, seria o 1.0, já que o 1.4 não vale os R$ 3.410 a mais (o valor ainda inclui pneus de uso misto e outros equipamentos, como vocês viram no post abaixo).

E olha que meu pai mesmo teve recentemente um Palio 1.3 Flex que gostávamos bastante e, sem dúvida, era muito mais silencioso e menos áspero que este 1.4. Até mesmo os Palio 1.4 que andei recentemente (e que não pertencem a esta geração Evo) não tinham essas características do Uno. O que terá acontecido?

Um comentário:

Unknown disse...

Boa tarde, estou na dúvida entre comprar a versão Way 1.0 e 1.4, esta conclusão que você chegou de que a versão 1.4 não valeria os R$ 3.410 a mais seria sem levar em ocnsideração o ar condicionado ligado e careegando dois ou três passageiros, se for levar em consideração estes outros fatores, a versão Way 1.4 continuaria não valendo R$ 3.410 a mais ?
:-)