4 de set. de 2010

Novo Uno: NA AVENTURA URBANA.




O novo Uno faz sucesso por onde passa, não importa a versão ou a cor que ostente. É parar em um semáforo ou posto de gasolina que as pessoas esticam o pescoço e até fazem um pouco de contorcionismo para observar a novidade. Sem sombra de dúvidas ou exageros, o novo compacto da Fiat chama tanta – ou mais – atenção quanto um BMW Z4 ou um Mereces-Benz SL, com o diferencial de que o pequeno italiano arranca sorriso das pessoas, enquanto os germânicos citados criam caras de espanto ou admiração mais sisudas.

Ao contrário da maioria das pessoas com que conversei, entretanto, o Uno não me cativou. Embora seja um veículo que, inquestionavelmente, possui bons atributos como o preço acessível, boa dirigibilidade e bom espaço interno, o design não possui nada de espetacular, em minha opinião. Mas vamos nos ater aos fatos.

(Aqui vale frisar que apesar de ter avaliado as versões do modelo em outras ocasiões, esta é a minha primeira participação no teste dos 100 dias com o novo Uno.)

O Uno anda bem na versão Way com motor 1.4. O novo propulsor demonstra estar sempre pronto para retomar velocidade, característica que também é responsável pela caixa de marchas com relações curtas. Trafegando a 90 km/h em 5ª marcha, por exemplo, o ponteiro do conta-giros do compacto esbarra nas 3.000 rpm, o que não é agradável por conta do alto nível de ruído gerado pelo motor. Em velocidades maiores você inevitavelmente se encontra procurando uma 6ª marcha no câmbio que peca pela falta de precisão, apesar de ser suave.

O ronco relativamente grave emitido pelo novo propulsor 1.4 EVO é ótimo para quem quer uma tocada esportiva, mas cansa em longos trajetos. E o pedal do acelerador, por sua vez, esteve extremamente sensível no trânsito pesado que trafeguei, tornando a tarefa de realizar acelerações progressivas uma atividade que necessita da concentração de um monge.

Também não me contenta o sistema de medição de combustível do modelo, com pequenas barrinhas inseridas em um pequeno visor digital dentro do enorme velocímetro, que, por sua vez, está ao lado de um pequeno conta-giros. É desproporcional. E apesar de ser um veículo estável, a suspensão possui um acerto que não me agrada, uma vez que o carro sacode e balança com facilidade em curvas.

Então não vale a pena?

Se observarmos com calma, será possível ver que o Uno possui atributos para agradar seus clientes. Além dos fatores como desempenho e dirigibilidade citados anteriormente, o compacto tem uma ampla e incomum oferta de customização, além de ter – e deverá manter por um bom tempo – o ar de novidade.

O acabamento interno, na minha opinião, é justo para um veículo com seu valor, seu sistema de freios é eficiente, os faróis iluminam bem e até o momento, o consumo de combustível tem sido moderado. É um modelo que valoriza o dinheiro do cliente e, por esse motivo, ainda deverá causar muito incômodo para a concorrência.

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