20 de out. de 2010

Carros brasileiros têm problemas de segurança.

2Os carros mais vendidos no Brasil não são seguros, segundo um estudo realizado pela Latin NCAP. Na manhã desta quarta feira, o instituto foi lançado oficialmente em São Paulo e os primeiros resultados mostram que Peugeot 207, Fiat Palio e Volkswagen Gol não são seguros o suficiente, mesmo equipados com airbags.

Com proposta igual ao instituto europeu (chamado de Euro NCAP) o Latin NCAP vai ser representado no Brasil pela Proteste Associação de Consumidores. Inicialmente, o NCAP avaliou seis veículos, seguindo o padrão europeu, com testes de impacto frontais a 64 km/h. São eles Toyota Corolla XEi, Meriva GL PLus (carros vendidos no Brasil em versões semelhantes às europeias analisadas pela Euro NCAP), Fiat Palio ELX 1.4, Volkswagen Gol Trend 1.6 e Peugeot 207 Compact 5p 1.4 (testados com e sem airbags frontais) e o chinês Geely CK1 1.3, que ainda não chegou oficialmente ao mercado nacional. A segurança dos carros foi testada tanto para adultos quanto para crianças, e os resultados não foram dos mais satisfatórios.

"Chegamos a algumas conclusões importantes com os testes, entre elas a importância dos airbags", disse o coordenador do Latin NCAP, Jean-Marie Mortier. Os modelos sem o item de segurança foram classificados como podendo trazer riscos potenciais, principalmente ao condutor. Enquanto o melhor testado foi o Corolla, que atingiu quatro estrelas dentre as cinco possíveis, o pior foi o chinês da Geely, sem nenhum ponto e que teve a carroceria considerada muito fraca. "Felizmente este carro não é vendido no Brasil", disse Jean-Marie. Entre os populares com airbag, o Palio e o Gol ficaram à frente do 207.

Crianças


Outro dado preocupante foi a segurança para crianças. O máximo que os carros analisados atingiram foram duas estrelas. A maioria das cadeirinhas não é compatível com os cintos de seguranças dos modelos. Ainda indispensável, o acessório só funciona com perfeição se preso adequadamente. "Queremos chamar atenção para que haja um diálogo maior entre as montadoras e as fabricantes de cadeirinhas" afirmou Mortier.

Sem aumento


"A intenção da Latin NCAP, junto com a ProTeste, é não só apoiar a obrigatoriedade de itens de segurança, como já está previsto na legislação, mas antecipa-lá e mostrar ao público como ter um airbag e freios ABS é mais importante que travas elétricas", disse Jean-Marie Mortier. O coordenador do instituto acredita que, com a obrigatoriedade dos itens de segurança, o preço deve cair, ao contrário do que acontece hoje que, entre uma versão de entrada e uma com airbags e freios ABS, a diferença pode passar dos R$ 2 mil. "Com a produção dos itens em série o preço dos veículos não deve s2ubir de maneira drástica, além disso, os consumidores devem entender a importância dos itens, negociar por eles e exigir a obrigatoriedade nos veículos vendidos sem o aumento de preço", destacou.

Outro que entende que o preço não deve aumentar com a nova legislação é o representante do Ministério dos Transportes presente no lançamento do NCAP brasileiro, Rone Evaldo Barbosa. "Quando lançamos a legislação que entrará em vigor em 2014, consultamos as fabricantes dos itens e constatamos que o preço não ultrapassa R$ 800", contou. "Não acreditamos em um aumento substancial dos preços dos veículos populares com a introdução de airbags e freios ABS".

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