16 de out. de 2010

Novo Uno: Conclusões, parte III.

 

Caros leitores, com este post encerramos oficialmente os trabalhos do Teste dos 100 Dias com o novo Fiat Uno.
Esperamos ter atendido aos anseios dos consumidores com informações sobre as quatro versões disponíveis do compacto, que foram testadas nas mais diversas condições.
Revelaremos nesta quinta-feira como será o próximo Teste dos 100 Dias, que inovará mais uma vez em seu formato e terá mais de um carro avaliado. Alguém arrisca dizer como ele será feito? Algumas dicas: teremos uma avaliação temática e mais de uma fabricante envolvida. Mais de duas, na verdade. Talvez até quatro. Cinco?
Confira as últimas opiniões de nossos avaliadores:
Márcio Murta, repórter da Carro Online
Way 1.4 – Embora, como todos os outros Unos por nós avaliados, o Way 1.4 possua bom espaço interno e comportamento dinâmico, o motor 1.4 apresentou altíssimo nível de ruído nesta configuração, tornando longos trajetos cansativos.
Em minha opinião, também é injustificável o investimento de R$ 810 a mais, em relação à versão Attractive 1.4, por, basicamente, um visual “pseudo-aventureiro”. Não é a escolha mais lógica, nem a mais confortável entre os três modelos que pude avaliar. Nota: 6
Vivace 1.0 –Um carro honesto pelo quanto custa. O motor 1.0 com 75 cavalos de potência e 9,9 kgfm de torque (ambos com etanol) funciona bem, especialmente com o baixo peso do Uno.  O acabamento, como nas outras variantes, não deixou a desejar, assim como o porta-malas.
Todavia, a falha que o motor apresentou em fase fria é inadmissível em um propulsor que se diz novo e repleto de tecnologias. Especialmente com o relato de outros proprietários que vivenciaram a mesma dificuldade.   Nota: 7
Attractive 1.4 – Apesar de a borracha ter se soltado da porta no fim do teste, esta seria a minha escolha entre as variantes do Uno. Inexplicavelmente, o motor 1.4 estava menos ruidoso nesta configuração, enquanto o câmbio tenha permanecido com relações curtas, privilegiando o desempenho.
Por mais que o propulsor 1.4 não tenha tanto rendimento extraído por litro quanto o 1.0, é notável a maior quantidade de torque e potência do sistema motriz, tornando o modelo muito mais esperto em retomadas e arrancadas. E trafegando calmamente, ele não é tão gastão. Nota: 8
Thiago Vinholes, repórter da Carro Online

O novo Uno foi feito para vender aos montes. Nunca vi um lançamento se espalhar tão rápido pelas ruas como vem acontecendo com o carro da Fiat. Armas para seu sucesso não faltam, além do quesito novidade. Ele tem bons preços, é bom de dirigir, o espaço interno é interessante e suas diferentes opções de personalização trouxeram uma nova forma de se vender carros compactos populares no Brasil. Acredito que até a segunda metade de 2011 o modelo deve ultrapassar o VW Gol, que nunca teve sua liderança tão ameaçada como agora.
Também gostei dos novos motores 1.0 e 1.4. Os dois são bem elásticos e econômicos, mas confesso que não percebi tanta diferença entre o desempenho das duas opções. Andando na cidade, parece não haver diferença entre um modelo e outro, afinal são apenas 13 cv de vantagem para o modelo mais potente, que tem 88 cv. Na estrada a diferença é mais evidente, mas também não achei grande coisa. Por esse motivo, optaria por um Uno com motor 1.0. É mais econômico e mais barato.
Não sou fã de veículos “pseudo-aventureiros”, por isso descartaria as versões Way do Uno. Além de não serem autênticos off-roads, esses veículos só dão dor de cabeça na hora de um eventual conserto, que fica mais caro por causa das peças “aventureiras”, ou então no momento de trocar um pneu misto, que custa uma fábula perto dos pneumáticos convencionais. Mas há quem goste, não recrimino.
Considero o Vivace 1.0 o melhor dos Uno, mas desde que venha com os para-choques pintados na cor do veículo e equipado com ar-condicionado, como o modelo cedido pela Fiat para o Teste dos 100 Dias. Além disso, a pintura Azul Splash caiu muito bem ao carro. Já o Attractive 1.4 não me passou uma boa impressão. Não gostei de seu acabamento e o problema na injeção de combustível é inadmissível para um carro tão novo.
Gerson Campos, editor-chefe da Carro Online
Sempre ouvi muito mais elogios de donos de Palio e Mille do que reclamações. As queixas, aliás, são raras. Quem tem um Mille costuma defender o carro com unhas e dentes. Com os donos de Palio não é muito diferente. E os proprietários de Uno, como reagirão? Acredito que o “fenômeno” vá se repetir, afinal, trata-se de um bom produto.
Lembro que na apresentação do Uno fiquei impressionado com o espaço interno, além da modernidade do desenho. Outro item que me chamou atenção foi a textura nos plásticos do interior. Não é uma coisa comum em compactos de entrada e, justamente por isso, ajudou a reforçar a impressão de qualidade.
Confesso que as linhas perderam um pouco do encanto com o tempo, mas durante nosso Teste dos 100 Dias a boa impressão em relação ao espaço interno se reforçou. Ô carrinho pra aguentar gente dentro! Para mim, a visibilidade também foi um dos destaques.
Vale destacar ainda a iniciativa da Fiat em oferecer diversas cores em um país “bicromático” com o Brasil (mesmo assim, praticamente só vejo o Uno em preto e prata nas ruas) e diversas possibilidades de personalização. Se eu fosse comprar um, certamente perderia algumas horas no site da marca até chegar ao meu próprio Uno e esperaria quanto fosse preciso para tê-lo.
Fácil de dirigir como todo Fiat, o Uno joga para a torcida. Privilegia o conforto em detrimento da esportividade com uma suspensão macia (a Volkswagen com a linha Gol, por exemplo, já agrada quem gosta de carros mais justos) e oferece custos de manutenção extremamente baixos.
Particularmente não sou fã de carros muito macios como o Uno, mas entendo a posição mercadológica da marca nesse quesito. Em relação ao baixo preço das peças, não há nem o que discutir: palmas para a Fiat.
O preço dos seguros cotados neste primeiro momento, porém, ainda é alto.
O famoso pré-série
Não é raro pegarmos algum carro recém-lançado para teste, ligarmos na montadora reclamando de um problema e ouvirmos a seguinte frase: “É um modelo pré-série. Tudo vai estar ok quando ele chegar nas lojas”. Será mesmo?
No caso do Uno, parece que pegamos quatro pré-séries, afinal, é lamentável termos a quantidade de problemas que tivemos com quatro unidades diferentes em tão poucos dias.
Não lembro exatamente a ordem nem os carros, mas sei que tivemos pelo menos os seguintes contratempos:
- Borracha de vedação solta
- Injeção com marcha lenta irregular
- Esguicho do limpador de para-brisa solto, molhando o chão
- Adesivo do câmbio solto
- Problema na abertura da tampa do combustível
- Fio da ventoinha desconectado, causando superaquecimento (este, para mim, o mais grave)
É muita dor de cabeça para apenas 100 dias de teste.
Entre as versões, acho que a Vivace 1.0 é a mais indicada para quem quer gastar pouco e ter um carrinho interessante. Não sou fã do visual aventureiro (sem falar no custo extra de se trocar um pneu misto) das versões Way e não gastaria mais por um motor 1.4 ruidoso e com pouca potência e torque a mais. Se fosse para deixar um cheque de R$ 35.000 em um Uno, por exemplo, já cogitaria entrar na seara de Fox, Sandero e cia.
Notas:
Way 1.0: 7
Way 1.4: 6,5
Vivace 1.0: 8
Attractive 1.4: 7,5
Nota geral: 7,25

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