9 de out. de 2010

Novo Uno: Pequeno grande notável.

98º Dia

 

A minha curiosidade era imensa em relação ao novo Uno. Depois de tanto barulho e suspense a respeito de seu lançamento, um belo dia ele chegou à garagem da editora. Olhei, observei e fiquei com vontade de conduzir um para ver quais eram os seus reais atrativos. Externamente, ele deixou a história de um dos carros mais vendidos do Brasil lá no passado. Seu visual realmente encanta, principalmente para quem, como eu, está acostumada a ter carros pequenos – somente com uma passagem rápida e inesquecível de um Astra Hatch pelas minhas mãos durante dois anos. Atualmente, meu companheiro de longas horas de trânsito é um Peugeot 206 1.4 flex Sensation ano 2007.
Ao entrar no carro, minha primeira surpresa: o espaço interno do novo Uno é muito maior do que parece. Por eu ter apenas 1,57 m de altura, a regulagem do banco foi pra lá de benvinda, o que me ajudou a ter uma ótima visibilidade para dirigir. Virei a chave e escutei pela primeira vez o barulho do motor do moço. Confesso que sou apaixonada por barulho de motor….um som agradável, que te convida a pisar e escutar outras notas.
Ao sair com o carro, peguei uma noite feia, depois de um dia chuvoso e cheio de problemas de congestionamento. No entanto, o carro não se intimidou. Comeu asfalto mesmo passando por várias poças d’água, mostrando sua estabilidade em chão escorregadio e freio preciso. Por ser um modelo sem ar-condicionado, pedi a ajuda dos amigos limpadores dianteiros e traseiros. Foram super eficientes, juntamente com o desembaçador.
No caminho de retorno para casa, passei por várias avenidas nas quais pude sentir um pouco o desempenho do motor do Uno. Como tenho um carro com um motor semelhante – 1.4 flex -, não pude deixar de fazer algumas comparações interessantes em relação ao motor do “amigo amarelo” (rodei com um Uno amarelo, vulgo “marca-texto”, que, segundo nosso colega Thiago Dupim, está sendo alvo de interesse no site de customização do veículo na internet). Em termos de saída, o Peugeot é mais ligeiro, responde mais rápido. Já no Uno, a sensação que dá é que ele é meio “marrentinho” na hora de sair. Demora alguns segundos para mostrar que realmente é um motor 1.4. Em reta, os dois veículos têm um desempenho muito parecido, com bastante agilidade. Em termos de câmbio – que é um dos pontos fracos do 206 -, o Uno sai na frente com a suavidade e precisão na troca de marchas. No caso do Peugeot, tem momentos que você sente que está tirando o câmbio para fora, por essa falta de precisão e suavidade nos engates. Se você erra uma ré, socorro! O barulho é estrondoso…
Nas curvas, o Uno chega a balançar um pouco. Por ser um pouco mais leve do que o Peugeot e ter direção hidráulica, fica mais vulnerável à precisão do motorista. No entanto, com as rodas no chão, o amarelinho da Fiat mostra que se comporta feito gente grande. É muito confortável, não faz muito barulho (o único barulho que escutei foi de uma borracha solta na porta do motorista, que deixou um espaço onde entra ar a todo o momento), é estável, com suspensão firme e rende uma excelente experiência de condução.
Apesar de, comparado ao Peugeot, ter um motor mais “amarrado”, o Uno alcança alta velocidade sem sequer o motorista perceber que está a mais de 90 km/h, e a direção não treme. O motorista só se dar conta quando ele olha no painel e vê que a velocidade indicada está muito acima daquela que ele imagina.
No que diz respeito ao consumo, a diferença entre o Peugeot e o novo Uno é gritante. Conhecido como “beberrão”, o motor 1.4 do Peugeot tem um alto consumo de álcool e também de gasolina, com uma diferença sutil, não muito perceptível no bolso. Ao percorrer cerca de 54 quilômetros, o ponteiro do medidor de combustível caiu poucos risquinhos.
A versão Attractive 1.4 traz o grande problema dos demais carros brasileiros, ditos “populares” – mas que no preço mostram ao contrário -, no que diz respeito ao acabamento. O plástico toma conta de todo o veículo, o que preocupa sobre quando vão começar aqueles barulhos no painel ou na parte traseira do veículo que são quase impossíveis de identificar sua verdadeira origem. O mesmo acontece com o Peugeot – no meu caso, ele tá chegando perto dos 60 mil km e já me deixa contrariada com certos barulhos.
Uma das coisas que pude curtir no novo Uno é o sistema Connect, que permite que você faça uma interface do seu telefone celular com o rádio do carro. Você pode estar escutando aquela música mais que agradável, se o telefone toca, automaticamente o sistema interrompe o som e permite que você fale ao celular sem tirar as mãos do volante e perder a atenção.
Em termos de porta-malas, o Uno se torna um carro interessante para, no máximo, acomodar bagagens de duas pessoas. Um carro para uma família com filhos? Xi, só o carrinho do bebê já ocupa boa parte do espaço. Já o porta-malas do Peugeot é um pouco maior – e se o carrinho de bebê for daqueles mais compactos, ainda dá para arriscar encaixar umas bagagens a mais.
Mas, no geral, o novo Uno agradou bastante. Adorei sua dirigibilidade, sua estabilidade, mas se não fosse a questão do motor, com certeza ele seria o próximo herdeiro do meu Peugeot 206. Quem sabe não vem por aí um 1.6 daqui a algum tempo. Eu estarei na fila para comprar o carro!

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