4 de out. de 2010

Novo Uno: Fora da ordem.

95º, 96º e 97º Dias


Desde sexta-feira, estive incumbido de rodar com o nosso Uno Attractive 1.4. É claro que , logo de cara, a cor do nosso carrinho salta aos olhos. Pena que não pela beleza, mais sim por chamar mais atenção do que a maioria esmagadora dos outros veículos que trafegam pela cidade. Mas gosto é gosto. Fiquei ainda mais surpreso ao navegar pelo site da Fiat no canal “Monte o seu”. Ali, pude constatar que, das 11 cores disponíveis para a nossa versão, a Amarelo Citrus é a mais consultada, centralizando 30% dos acessos. É, como diria Caetano, alguma coisa está fora da ordem!
Pintura à parte, o fato é que o espaço dianteiro do novo Uno é excelente. No alto dos meus 1,92 m e 90 e poucos quilos, me sinto extremamente confortável. Felizmente a montadora italiana pensou nos gigantes. Acredite ou não, o ambiente é maior do que o de um Palio Adventure, por exemplo. A regulagem de altura do banco é providencial e facilita a vida desses motoristas. Porém, já aviso que, com um condutor desproporcional a bordo, no banco de trás alguém com mais de 1,80 m sofrerá bastante.
As qualidades do modelo são muitas. O conjunto câmbio/motor se mostra ideal para o tamanho do veículo, respondendo muito bem em situações de saídas e retomadas. A dirigibilidade também se destaca, apesar de que, em algumas situações, senti a visibilidade um pouco comprometida. A suspensão suporta bem os impactos, não comprometendo em nada o desempenho do veículo em pistas com problemas. Já o barulho devido à quebra do suporte do escapamento é notado mesmo somente em situações esporádicas. Nada que uma música em um volume mediano não resolva.
Nesses três dias, percorri 184 km com o veículo. A maior parte foi em trajetos curtos em ciclo urbano. Medi o consumo e, no etanol, obtive uma média de 6,4 km/l. Confesso que não fiquei satisfeito, embora tenha exigido um pouco mais do motor 1.4 em algumas ocasiões. Se compararmos com o resultado de 9,0 km/l registrado na última semana, está bem abaixo. Como foi realizada a limpeza de bicos na semana passada, prestaremos mais atenção nas próximas aferições.
Tudo ia muito bem até o final da tarde de sábado. Quando entrava no carro para ir ao supermercado, quase fui “laçado” pela borracha de vedação da porta dianteira esquerda. Ao encostar na lateral (é quase impossível entrar ou sair intacto do Uno quando se tem a minha altura), a guarnição se desencaixou quase que pela metade. O mais estranho é que todas as borrachas foram trocadas dois dias antes. Com paciência, fui encaixando-a enquanto pensava: como se sentiria alguém que pagou mais de R$ 35.000 em um veículo vivenciando aquela situação? Sem comentários.
Infelizmente, já virou clichê no Brasil dizer que os chamados carros populares pecam pelo acabamento interno. Funciona como uma desculpa irrefutável e conformista para explicar os deslizes das montadoras. Ora, em minha opinião, uma pessoa que não paga menos do que R$ 22.000 em um carro zero no Brasil tem direito, no mínimo, a um acabamento de primeira no veículo ofertado. Realmente, eu devo estar fora da nova ordem nacional.
Ontem, me atentei ao bagageiro. Claro que não é lá essas coisas, mas os 280 litros foram suficientes para acomodar uma mala grande, uma bolsa de mão média e uma mochila. Para uma família pequena, não é ruim. Agora, você, caro leitor, o que tem achado do porta-malas do Uno? É possível viajar tranquilamente com a família ou é melhor passar antes no aeroporto para despachar a bagagem?


Problemas com a borracha de vedação 


Porta-malas: ideal para uma família pequena

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