24 de ago. de 2009

Veja como encarar uma trilha com um carro de passeio

Aventuras leves também podem ser feitas com veículos 4X2.
Confira as dicas para aventurar-se com segurança.

Enfrentar trilhas não é vocação apenas de veículos com tração 4X4. Dá perfeitamente para arriscar um desafio fora de estrada mais leve a bordo de um carro de passeio.


Para utilizar o veículo de forma adequada e sem riscos, antes de cair na terra é preciso conhecer a motorização, câmbio, sistema de freios e tipo de pneus do veículo. Além dos itens básicos, o motorista também precisa saber a altura livre do solo, inclinação lateral máxima e ângulo de ataque e de saída. Todas essas especificações técnicas podem ser encontradas no manual do proprietário.

Informações na mão, é hora de partir para o ataque. Caso aviste um obstáculo à frente, em que o carro poderá raspar o para-choque, o ideal é enfrentá-lo de lateral. Se a única saída for seguir em frente, recomenda-se posicionar as rodas nas partes mais altas para preservar o meio do carro que é a parte mais vulnerável, onde encontram-se o motor e o diferencial.

Foto: Milene Rios/G1

Durante uma inclinação lateral vire o volante na direção da inclinação para acertar o carro (Foto: Milene Rios/G1)

Em uma inclinação lateral o cuidado deve ser redobrado. “O correto e virar a direção sempre a favor da inclinação”, afirma Clécio William da Silva, instrutor de condução off-road. “A maioria das pessoas ignora isso, além de ignorar, ainda tira a mão do volante e corre o risco do carro tombar”. Segundo o instrutor, o painel do veículo deve ser a referência do motorista nesses casos. “Se o painel começar a inclinar para o lado esquerdo, o motorista deve virar toda a direção também para o lado esquerdo até conseguir acertar o carro”.


Na descida, mantenha o pé na embreagem (Foto: Milene Rios/G1)

Durante uma descida curta e mais radical a dica é descer com o pé na embreagem. “O condutor deve segurar o freio em cima e ir alviando o pé conforme for descendo”. Já na subida, é mais utilizado o peso do carro do que a força do motor. “A aceleração mais forte tem que ser feita no pé do morro e conforme o veículo for subindo, o motorista vai desacelerando aos poucos para que as rodas tenham mais atrito”, diz Silva. “Desta forma, ele consegue preservar o carro, ter mais dirigibilidade e terminar a subida com tranquilidade”. Caso o carro perca o embalo durante o trajeto, o recomendado é retornar para a parte plana e refazer a manobra. “Assim o condutor poupa a embreagem, poupa o motor e consegue vencer a subida”.

Na subida acelere antes da rampa e diminua a pisada no acelerador enquanto sobe (Foto: Milene Rios/G1)

Repetir a manobra também é viável nas situações em que uma das rodas perde a tração. “Como o diferencial joga a força para a roda que está sem atrito, o motorista precisa esterçar toda direção, sair em marcha à ré até sentir que a roda empenada voltou a ter apoio”, afirma o instrutor. “Depois, basta reposicionar a frente e sair novamente, sem pressa”.

Ao avistar um trecho com muita água, o motorista deve, sempre que possível, evitar a travessia. “Se não tiver outra saída, o ideal é procurar o local mais turvo, pois é mais raso. Depois que entrar, o condutor deve manter uma marcha só e passar devagar para não levantar água”. Nos carros de tração apenas na dianteira, o nível da água não pode passar da metade das rodas.


Assim como em estradas de asfalto, na terra o farol precisa estar sempre acesso e o motorista atento aos sinais dos outros condutores, principalmente nos trechos de mão única, que são mais comuns. “Uma trilha leve qualquer pessoa pode fazer, desde que esteja bem instruída e tenha bastante cuidado e paciência”.

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