30 de jul. de 2010

Medo do frio?

(7º dia)

Eu sei que a parte mais chata deste testes para você é ler sobre as nossas impressões diárias. Mas faz parte do “script” do teste cada um escrever, antes de tudo, o que achou de cada carro que passa por aqui. E como ontem destrinchei equipamentos e quanto sairia o financiamento, hoje é dia de começar a baixar o martelo, ou não, sobre se eu teria um Uno Way 1.0. Ou não…

Tive a oportunidade de fazer a cobertura do lançamento do carro, no Rio de Janeiro, há dois meses para a revista Carro, antes mesmo da publicação nos sites. Eu adorei o carro lá e agora também. Ele é espaçoso, levinho de guiar como todo Fiat e, principalmente, tem mais “chão” do que seu irmão Palio. Só aí, já vale uma boa nota. Mas o cotidiano é diferente. Claro que as impressões de espaço permanecem e o acabamento, se não é um primor, pelo menos é melhor do que o da concorrência. Na minha opinião, neste quesito só perde do novo Gol.

Peguei trânsito pesado com ele e o que mais me incomodou é que quando saio de casa ele demora para esquentar. Como comecei a dirigir às portas do século XXI, não tenho paciência de esperar que o motor se aqueça para começar a queimar o álcool por completo, e como hoje de manhã o termômetro marcava 13ºC. em São Paulo, o comportamento dele chegou a ser irritante. Eu acelerava e ele parecia se encolher em vez de deslanchar. Pipocava como se houvesse algo impedindo a passagem do combustível. Cerca de três minutos depois da saída, voltou ao normal. Sinceramente, se eu fosse dono, iria arrumar um tempo livre para ir à concessionária mostrar o fato e, claro, esclarecê-lo. Pode ser porque é novo? Não, se ele faz isso hoje fará até morrer. Pode ser que o álcool que eu coloquei era ruim? Duvido, abasteço no mesmo posto até com o meu carro, e nunca passei por isso. O que seria, então?

Minha mãe tem um Palio Fire. Na verdade, ela já está no terceiro. E, que eu me lembre, ele nunca se comportou assim. Tudo bem, o motor muda um pouco com relação ao Uno, mas a taxa de compressão e os periféricos de alimentação continuam os mesmos. O propulsor 1.0 Evo do novo Fiat tem bielas mais longas e mais leves do que as do antigo Fire, e seus pistões agora vêm com anéis de baixo atrito. Seu coletor também foi repensado para uniformizar o fluxo de ar para os cilindros e até as molas das válvulas foram refeitas a fim de melhorar o rendimento e o funcionamento. De rendimento, 3 cv a mais, de funcionamento, um cliente satisfeito a menos, fosse esse o meu caso.

Fora este estresse matinal, ele me entregou até mais do que eu esperava. Depois de esquentar, aliás, está mais esperto do que um Palio Fire dotado dos mesmos equipamentos (ar, direção, airbags, vidros e travas elétricas), que fazem diferença em um carro com pouca potência. Mas, como já andei com o 1.4, eu, particularmente, gastaria os R$ 3.410 que a Fiat pede a mais pelo Way com o motor 1.4 Evo. No decorrer do Teste dos 100 Dias vamos avaliá-lo também para ver se essas “pipocadas” nas manhãs geladas são problema dessa geração EVO de motores Fiat. E olha que o inverno mal começou…

Vamos levar o carro a uma concessionária para conferir o problema.

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