6 de jul. de 2010

Mais um compacto referência.

(2º dia)

A Fiat fez um belíssimo trabalho com o novo Uno. Junto à nova geração do Gol, que estreou em 2008, o compacto é a referência do segmento. Com um design inovador e diferenciado entre os modelos que custam menos de R$ 30.000 (o Gol G5 já passa disso, custando R$ 30.880), ele está anos luz à frente de Celta, Ka e Gol G4. Mas engana-se quem pensa que a marca italiana só pensou no visual externo. Por dentro, o Uno segue um padrão excelente para um carro “barato” (barato mesmo, no Brasil, infelizmente não há).

Rodei com o nosso Way 1.0 de ontem para hoje e melhorei ainda mais as impressões que tinha do carro. O que mais me chamou atenção foi o espaço interno. Com meu 1,80 m, encontrei uma ótima posição de dirigir, um belo vão entre o braço esquerdo e a porta e quase um palmo entre a cabeça e o teto. A possibilidade de tirar o trilho que limita o deslocamento do banco do motorista também ajuda muito os mais altos, que podem jogar o assento para trás e ter bom espaço para as pernas.

Atrás, outra boa surpresa: fomos almoçar com cinco a bordo do Uno e os três ocupantes de trás elogiaram o espaço para os ombros e a cabeça. É claro que andar com toda essa galera em um compacto não é o mais recomendado, mas o “Uninho” deu conta da tarefa com valentia.

Felizmente, não sobrou nada da antiga geração. Ok, o Mille tem muitos fãs e não quero arrumar briga aqui, mas acho que ele seria um carro bom se fosse vendido há 10, 15 anos. Agora, está anacrônico. Eu não pensaria duas vezes em investir um pouco mais nas prestações e optar por um novo Uno no lugar do Mille. A diferença é brutal.

O que mais agradou no Fiat foi a impressão de não estar a bordo de um carro tão barato. É claro que os opcionais da nossa versão (vou detalhá-los abaixo) ajudam nessa impressão, mas os materiais e o capricho no acabamento valem destaque.

Um exemplo: o plástico do painel traz um tipo de estilização com pequenos quadrados, o mote deste novo Uno. Imagino que isso tenha encarecido o processo de produção, o que não é comum vermos em carros de entrada.

Outra coisa bacana é a quantidade de adesivos à disposição, que permitem tornar seu Uno diferente dos outros. Também é outra novidade que não costuma estar à disposição de compradores de modelos nesta faixa de preço.

Ainda não pude andar com o Uno em estrada e avaliar melhor seu comportamento em curvas, mas basta dar algumas voltas com ele para perceber o “estilo Fiat”. A suspensão é bem mais suave que a do Gol. Não é melhor nem pior. Apenas diferente. Ainda prefiro a do VW, que deixa a carroceria inclinar menos, mas é uma questão de gosto. Também sentimos que ele pula um pouquinho com cinco ocupantes a bordo, o que pode ser fruto do acerto da suspensão voltado ao conforto. Quando puder acelerar o Uno em rodovias falo com mais propriedade sobre isso.

O câmbio também segue o estilo da marca italiana. Tem uma alavanca mais alta, é mais suave nos engates, porém menos preciso (isso comparando ao novo Gol, para ter uma referência). Outra questão de gosto.

O único problema que encontrei neste primeiro contato foi a dificuldade da partida pela manhã. Com 100% de álcool no tanque, ele demorou para pegar e mostrou alguma oscilação na marcha lenta. Achei que o tanque de partida a frio estivesse sem gasolina e fui checar isso no posto. Não estava. Algum dono de novo Uno já percebeu isso? Vamos ficar atentos a esse comportamento e, se ele persistir, procuraremos uma concessionária.

Ah, outro problema: a posição dos comandos dos vidros elétricos. A Fiat provavelmente buscou economizar com o chicote central, mas perdeu sua tradição de comandos nas portas, muito mais cômodos. Pelo menos eles trazem o sistema one touch.

Gostei do desempenho do motor 1.0 de 75 cv, mas percebi que ele sofre mais para levar a versão Way, que tem pneus diferentes. No Vivave 1.0 que andei há poucos dias, o desempenho era melhor. Como o nosso Uno está lotado de opcionais, é até injusto exigir demais do propulsor. Na Carro Online, aliás, publicamos uma reportagem interessante mostrando as diferenças que esses equipamentos fazem no desempenho. Lá o Gol completo que testamos levou 1s9 a mais para ir de 0 a 100 km/h que o mesmo modelo “pelado”.

O Vivace 1.0 que testamos na edição passada da Carro, por exemplo, fez o 0 a 100 km/h em 16s5, enquanto este Way acelerou em 17s2. Ambos estavam com muitos opcionais (os carros são cedidos pela Fiat, não temos como controlar isso). Acredito que sem tantos equipamentos ele consiga entrar na casa dos 15s0, um número bom.

Ainda não medi o consumo, mas hoje enchi o tanque e na próxima semana traremos a primeira média em circuito urbano. Na estrada, com o Angelo Treviso, ele fez bons 14,6 km/l com álcool andando a 120 km/h de velocidade de cruzeiro. Muito bom. Alguém aí já tem médias do novo Uno?

O que acharam do carro até aqui? Confira os preços e opcionais presentes neste Way 1.0 e veja quanto sai para ter um igualzinho:

Uno Way 1.0: R$ 28.490

Kit Celebration: R$ 5.140 ( ar-condicionado, direção hidráulica, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, faróis de neblina, adesivos celebration, vidros e travas elétricas, pré-disposição para rádio, para-brisa degradê)

Kit Comfort: R$ 340 (console porta objetos no teto e revestimento parcial de tecidos nas portas, entre outros)

Volante com regulagem de altura: R$ 80

Kit casual: R$ 330 (porta-objetos e banco do motorista com regulagem de altura, entre outros)

Rodas de liga leve de 14″: R$ 620

Rádio Connect com CD, MP3, Bluetooth e entrada para iPod: R$ 510

Kit tribal de personalização: R$ 170 (adesivos externos)

Kit steel de personalização: R$ 370 (volante de couro, entre outros)

Kit HSD: R$ 2.300 (airbag duplo e ABS)

Preço total: R$ 38.350

Não é um carro barato para um 1.0, com certeza, mas com todos esses opcionais você terá um modelo completinho, com direito a airbag duplo, ABS, som, ar e direção, além de um visual personalizado.

Interessante?

Nenhum comentário: