22 de dez. de 2009

Ford Focus renasce com motor Sigma

Todo de alumínio e flex, propulsor do futuro Fiesta promete colocar hatch médio entre os primeiros do segmento
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Quando tivemos a oportunidade de avaliar o Ford Focus Sedan com motor 2-litros, fizemos um comparativo que ele levou fácil, apesar de não ter motor flex. As qualidades dinâmicas do modelo, bem como seu pacote de equipamentos, o deixavam em vantagem frente à concorrência. Para que ele vendesse mais, só faltava uma versão mais em conta, com motor flex. E ela chega em janeiro. Chamada de 1.6 16V Flex, ela entrega, de cara, dois trunfos do automóvel: o motor Sigma e a capacidade de consumir etanol ou gasolina.

Vendido nas versões GL (R$ 49,9 mil), GLX (R$ 51,4 mil) e GLX com ABS (R$ 52,4 mil), ele, de início, virá apenas com carroceria hatch, mas a versão sedã, que, com motorização 1,6-litro, nunca vendeu lá muito bem, chega pouco depois, em data ainda não definida. O que já é certo é a versão, GLX com ABS, a R$ 54,4 mil, e a chegada do motor 2-litros flex para versões mais requintadas, já usado no EcoSport. O prazo dado pela Ford é de cerca de dois meses. Olho vivo, portanto, se você está interessado no Focus Sedan 2-litro: peça desconto ou espere um pouco mais.
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De cara, o que se pode dizer é que o Focus GL não vale a pena, do mesmo modo que o Fiat Doblò 1.4. Coincidência ou não, a Ford também não tinha fotos do carro em seu material de imprensa, como a Fiat não tinha do Doblò 1.4, o que denota a falta de interesse das empresas nessas versões mais baratas. No caso da Ford, entretanto, a intenção de não vender GL é abertamente admitida. O que a Ford quer vender, mesmo, é o Focus GLX com ABS, que custa apenas R$ 1.000 a mais que o GLX sem o equipamento de segurança.

A questão com relação ao GL não diz respeito ao nível de equipamentos. Ele é até bem completo, com ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, toca-CD com MP3 e entrada auxiliar, alarme, rodas de liga-leve de aro 16” e volante em couro. Economia estranha é não haver vidros elétricos nas portas traseiras.
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A versão GLX não tem muita coisa a mais. Traz os tais vidros nas portas traseiras, mas também todos os comandos dos vidros com sistema um-toque, abertura e fechamento global das portas (que também sobe e abaixa todos os vidros), capas de retrovisor, maçanetas, aerofólio e régua do porta-malas (a moldura que fica acima da placa) pintadas na cor da carroceria e só. É pouco para justificar uma diferença de R$ 1.500. E é aí que vem o que seria um grande argumento de vendas da empresa, mas não é.

O Focus GLX foi feito para vir com ABS. É por isso que a versão que traz o equipamento como opcional custa “apenas R$ 1.000” a mais que a versão sem ABS. Na verdade, o GLX custa R$ 2.500 a mais que a GL, o que inclui o preço do ABS, dos vidros traseiros e das pinturas de peças plásticas a mais. Parte do preço do equipamento, portanto, está embutida na versão que não o traz. Melhor já comprá-lo de uma vez...
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Ao volante

Por R$ 52,4 mil, o Focus com motor 1,6-litro pode parecer caro, uma vez que sai por quase R$ 6.000 a mais que um Fiat Stilo e que um VW Golf, mas é injustiça compará-lo com esses dois veteranos. Primeiro, porque esses dois são exemplos da desatualização que ameaça os hatches médios. Não só em termos de estilo, mas também de motorização e comportamento dinâmico. Segundo, porque, com o nível de equipamentos que o Focus oferece de série, os preços acabam se equivalendo.

Isso já seria o suficiente para colocar o Focus como a melhor opção de seu segmento, mas as vantagens do carro da Ford não se resumem a isso. Ele também traz o motor mais moderno de seu segmento. Todo em alumínio, o Sigma 1,6-litro de 16 válvulas é o mesmo que será usado pelo Fiesta de nova geração, que deve chegar ao Brasil no ano que vem (só demora mais do que isso se a Ford quiser).
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Exemplo primário de sua concepção moderna é a correia dentada da máquina, que tem durabilidade programada para 160 mil km. Vai precisar trocar? Vai, já que a vida útil calculada do motor é de 240 mil km, mas ele pode ir muito mais longe do que isso. E vai exigir muito menos cuidado do que outros motores do segmento. Pena é ele não usar corrente, como os outros motores da Ford.

As qualidades do motor se fazem notar quando colocamos o Ford Focus em movimento. Vale a pena, em todo caso, falar de como o hatch acolhe bem o motorista, oferecendo regulagem de altura do banco e de altura e distância do volante. Só não encontra a melhor posição de dirigir quem não quiser. Ou não souber mesmo qual é a tal posição, algo infelizmente mais corriqueiro do que gostaríamos de ver.
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Tivemos um convívio breve com o carro, num percurso de 150 km de São Paulo a Taubaté, onde fica a fábrica de motores da Ford, que fornecerá os Sigma também para o México, onde a nova geração do Ford Fiesta começa a ser montada no ano que vem. Foi suficiente, no entanto, para apreciar seu funcionamento suave (com etanol) e seu bom nível de torque.

Leve (76 kg), o motor auxilia o Focus a ter uma boa distribuição de peso e o consequente bom equilíbrio dinâmico em curvas (poucas, no trajeto). Não se trata, porém, de mérito apenas do motor, mas também da excelente suspensão do carro, com McPherson na dianteira, padrão, e dos braços Multilink que mantêm as rodas traseiras no chão. O Focus dá prazer de conduzir, mesmo sem o motor mais forte de sua linha. O câmbio, de engates macios, precisos e rápidos, ajuda bastante.

Os reparos ao Focus ficam por conta dos puxadores internos da porta, em um plástico de qualidade nitidamente inferior, aos encaixes entre o painel central e os painéis das portas, que têm vãos muito grandes, e ao porta-malas, de apenas 328 l, pequeno para um carro dessa categoria. No mais, por sua atualidade e conjunto mecânico impecável, ele é uma opção que consumidor nenhum pode ignorar, ainda que se decida por outro modelo.
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FICHA TÉCNICA – Ford Focus Flex 1.6 16V

MOTOR Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote (DOHC), flexível em combustível, refrigeração a líquido, 1.596 cm³
POTÊNCIA116 cv (etanol) a 5.500 rpm e 109 cv (gasolina) a 6.250 rpm
TORQUE 160 Nm (etanol) e 151 Nm (gasolina) a 4.250 rpm
CÂMBIO Manual de cinco velocidades
TRAÇÃODianteira
DIREÇÃO Com assistência hidráulica, por pinhão e cremalheira
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 16”, de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 205/55 R16
COMPRIMENTO 4,34 m
ALTURA 1,50 m
LARGURA 1,84 m
ENTREEIXOS 2,64 m
PORTA-MALAS 328
PESO (em ordem de marcha) 1.290 kg
TANQUE55 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, tipo McPherson; traseira Multilink
FREIOS Discos na dianteira e tambores na traseira (discos traseiros opcionais)
CONSUMO Consumo urbano de 7,5 km/l (etanol)/11,5 km/l (gasolina); consumo rodoviário de 10,3 km/l (etanol)/15,5 km/l (gasolina)
CORESNão divulgadas
PREÇOR$ 49,9 mil (GL), R$ 51,4 mil (GLX), R$ R$ 52,4 mil (GLX com ABS) e R$ 54,4 mil (Sedan GLX, com ABS)

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