O último flagrante do Bravo que nossos leitores haviam feito aconteceu em setembro do ano passado, quando Lucio Athayde Carvalho fotografou o hatch médio em Belo Horizonte . E o veículo já havia sido visto outras vezes, como pelo leitor Marcus Vinícius Antão Francisco, em Campos do Jordão, em São Paulo. Foi justamente lá, aliás, que Rodrigo Queiroz e Francine Wczassek, quase um ano depois, voltaram a ver o carro. O curioso é que ambos fotografaram exatamente o mesmo veículo, com placa DBS-7081, de Betim, MG, cidade onde fica a fábrica da Fiat.
Fazia tempo que o carro não aparecia e muitos leitores já nos questionavam sobre a vinda ou não do carro, que tantas vezes anunciamos para logo ali. Era a informação que tínhamos, mas a Fiat é a montadora mais flexível do Brasil, tanto para o bem quanto para o mal. Assim, o Bravo seria lançado porque o Stilo andava mal das pernas. Agora, que as vendas do hatch melhoraram, a Fiat sentiu que podia adiar o lançamento do Bravo e se concentrar em projetos mais urgentes, como os do novo Palio (Projeto 326) e do Uno (Projeto 327), que podem ser apresentados até o ano que vem. É em 2010, aliás, que o Bravo deve ser lançado, como adiantou o jornalista Marlos Ney Vidal, do blog Autos Segredos.
É por isso que somos tão críticos com modelos ultrapassados, por melhores que eles sejam. Quando vendem bem, eles tiram das montadoras o peso de renovar suas linhas, o que torna os veículos brasileiros bastante defasados em relação ao que é vendido no resto do mundo. O Bravo, por exemplo, foi lançado na Europa em 2006 e colocado à venda em janeiro de 2007. Quando for lançado no Brasil, já como modelo 2011, chegará como um produto velho, prestes a sofrer mudanças visuais de meio de ciclo de vida.
Vidal também adiantou que o Bravo seria o primeiro veículo a receber os motores Tritec, já em versão flex, mas quem deve trazer a novidade ao mercado é o novo Doblò, que chega em outubro deste ano. O Doblò é outro exemplo de desatualização. A versão “nova” para o Brasil já existe na Europa e será substituída em breve pela segunda geração do veículo, que será lançada em 2010.
Rodrigo Queiroz flagrou o carro no mirante de Campos do Jordão, pouco antes da entrada da cidade, enquanto Francine Wczassek o encontrou rumando de volta para Betim, já na rodovia Carvalho Pinto. “Acho que pode ser o Agile, da Chevrolet” disse Francine, mas mal sabia ela que o flagrante que ela havia feito era até mais interessante. O Agile virou figurinha fácil nas ruas e promoção na Argentina. Quem conseguir flagrá-lo (o que não anda difícil) por lá pode concorrer a um videogame.
Com a mesma plataforma do Stilo, o Bravo levou apenas 18 meses para ser lançado na Europa, do início do projeto às vendas. Para ser vendido no Brasil, não haveria razão para levar mais de 12 meses, mas ele já demorou bem mais do que isso. Como as vendas do Stilo melhoraram com a oferta do novo câmbio Dualogic, a Fiat deve mantê-lo em linha como uma opção mais barata, enquanto o Bravo brigaria com Chevrolet Vectra GT, VW Gol, Peugeot 307 e Nissan Tiida, por exemplo.
Com 4,34 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,49 m de altura e entreeixos de 2,60 m, o que mais surpreende no novo carro é sua capacidade de carga, de 400 l, páreo duro até para alguns sedãs, como o Honda Civic. O belo desenho vem do Centro Stile Fiat.
Os motores, na Europa, vão desde o 1.9 Multijet, um turbodiesel com galeria única que rende de 120 cv a 150 cv, o motor 1,4-litros a gasolina de 90 cv e a nova família de motores a gasolina T-JET, baseada neste mesmo motor 1,4-litro, com potências também de 120 cv a 150 cv. A família T-JET é certamente uma resposta da marca italiana ao fantástico motor Volkswagen TSI, de 150 cv, que equipa o Golf e que, no Brasil, deve equipar o Gol GTI, que deveria ser lançado ainda este ano.
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