14 de ago. de 2009

Bolhas nos pneus - O que fazer para evitar um estouro

As matérias realizadas no campo de provas da Pirelli despertaram, desde o início, muita curiosidade entre os leitores. A cada nova reportagem, uma enxurrada de e-mails querendo saber um pouco mais chega à WebMotors e é repassada ao piloto César Augusto Urnhani.

Apesar de trabalhar diariamente no campo de provas, em Sumaré, e treinar para participar das competições que são a sua paixão, ele encontra tempo de responder a todas as perguntas. Ele selecionou algumas das dúvidas mais frequentes e, nessa e nas próximas reportagens, vai procurar desvendar um a um os mistérios de que ele, como especialista em pneus, sabe a resposta certa.




Uma das perguntas que intriga um grande número de internautas diz respeito à bolha que aparece, por vezes, no pneu do carro. De onde vêm e o que provoca essas deformações que aparecem nos pneus e, como a bolha assassina do filme, porém sem o charme dos filmes B, podem ser as grandes vilãs no momento de um acidente?

Quem costuma fazer baliza de ouvido ou encostar o próprio no celular enquanto dirige já deve ter passado algumas vezes por uma situação "de barriga". Isso nada mais é do que calcar o pneu na guia da rua ou pegar um buraco no caminho.

Vamos viajar para dentro do pneu e imaginar o que acontece lá dentro quando há uma topada em um obstáculo.

O pneu é formado por várias camadas de tecido tramado. Ao sofrer os efeitos de uma topada mais violenta, o tecido da carcaça invade e rompe alguns dos cordonês. Enquanto o carro continua rodando, as fibras dos tecidos que constituem o pneu vão perdendo as suas fibras e literalmente se desmanchando, desencadeando um processo de vulnerabilidade.

Durante o movimento do veículo, é normal ocorrer um aquecimento do pneu. Essa produção de calor faz aumentar o espaço desfibrado, e com o tempo a bolha fica visível externamente. Os tecidos perdem a capacidade de resistir à pelicula impermeabilizante que segura o ar, o que acaba culminando em um estouro.

Ao notar o aparecimento de uma bolha no pneu, só há um caminho a tomar: o da loja de pneus. O borracheiro não tem valia nesse momento, porque colocar um manchão só vai maquiar a situação. O pneu pode até ficar lisinho e bonito de novo, mas a bolha continua lá, armada como uma bomba-relógio. O manchão não vai conseguir segurar o ar, e nenhum tipo de retalho será capaz de reconstruir a integridade do material. Na superfície tudo pode parecer calmo, mas as aparências enganam. O pneu que ganhou uma bolha está prestes a estourar a qualquer momento.

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