Clima é de otimismo: crescimento de vendas é de 2,4% mas fabricantes devem fechar o ano com + 6,4%
O clima na indústria automobilística é de otimismo, embora as vendas em julho (285,4 mil unidades) tenham sido menores do que em junho (- 4,9%) e menores do que julho do ano passado (- 0,9%).
É que o desempenho de vendas de julho só foi menor do que esses dois meses, mas melhor do que todos os outros. Julho de 2009 foi o terceiro melhor mês da história, mesmo depois do governo prorrogar a isenção/redução do IPI até setembro.
Mesmo assim, Jackson Schneider, presidente da Anfavea, acha que as boas vendas são resultado de antecipação de compra: na expectativa de volta do IPI integral até dezembro, o consumidor teria comprado já.
Portanto, os fabricantes acham que o mercado permanecerá aquecido nos próximos dois meses, enquanto vigorar a atual redução do imposto, e deverá cair no último trimestre. Mas essa queda não vai reverter a tendência de crescimento das vendas internas, ao contrário, a estimativa dos fabricantes é fechar o ano com crescimento de 6,4% em relação ao ano passado (até julho o aumento foi de apenas 2,4%).
Explica-se: o último trimestre de 2008 foi fulminado pela crise. As vendas despencaram em outubro, permanecem baixas em novembro e só começaram a se recuperar nos últimos dias de dezembro, graças à política de incentivo do governo com a redução do IPI. Então, calcula-se que, mesmo com a volta progressiva do IPI a partir de outubro, o último trimestre será bem melhor do que o mesmo período do ano passado.
O balanço de produção, vendas e exportações mostra uma vez mais que a indústria sofre as consequências da crise internacional, que atingiu em cheio os principais importadores do Brasil, Argentina à frente.
“O que está puxando o setor para baixo são as exportações, disse Jackson Schneider. Os números do mercado interno são fortes, considerando a situação em que nos encontramos”. O dirigente também falou com otimismo da baixa inadimplência do setor: 5,5%, abaixo da média. A inadimplência junto às financeiras das montadoras é ainda menor: 2,9%.
Outros índices positivos foram o aumento do crédito (+ 1,5%) e a queda dos juros (0,9 ponto percentual). O dirigente lembrou que, no aumento de emprego no mês, de 327 postos de trabalho, não estão computadas as 1.500 contratações anunciadas nos últimos dias (900 pela Hyundai em Goiás e 600 pela Renault em São José dos Pinhais).
O crescimento nas exportações vai depender de uma melhora no cenário internacional, o que começa a ocorrer em alguns setores. Mas por enquanto as vendas externas amargam uma queda de 50% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. No acumulado de janeiro a julho de 2008, a indústria faturou 8,125 bilhões de dólares com exportações. Neste ano foram apenas U$ 4,1 bilhões. O mês de julho registrou queda de 3,3% em relação a junho.
No setor de caminhões, o aumento de 12,9% nas vendas no mês não foram suficientes para recuperar o tempo perdido. No acumulado do ano o setor teve um queda de 19,4% em relação a janeiro-julho do ano passado. Os fabricantes acham que o setor deverá recuperar parte da perda nos próximos meses.
A produção este ano teve uma queda de 12.9% em relação ao ano passado.
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Joel Leite (joelleite@autoinforme.com.br) é diretor da Agência AutoInforme, especializada no setor automobilístico, que fornece informações para vários veículos de comunicação. Produz e apresenta o Boletim AutoInforme, das rádios Bandeirantes, Band News e Sul América Trânsito. É formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente.
O clima na indústria automobilística é de otimismo, embora as vendas em julho (285,4 mil unidades) tenham sido menores do que em junho (- 4,9%) e menores do que julho do ano passado (- 0,9%).
É que o desempenho de vendas de julho só foi menor do que esses dois meses, mas melhor do que todos os outros. Julho de 2009 foi o terceiro melhor mês da história, mesmo depois do governo prorrogar a isenção/redução do IPI até setembro.
Mesmo assim, Jackson Schneider, presidente da Anfavea, acha que as boas vendas são resultado de antecipação de compra: na expectativa de volta do IPI integral até dezembro, o consumidor teria comprado já.
Portanto, os fabricantes acham que o mercado permanecerá aquecido nos próximos dois meses, enquanto vigorar a atual redução do imposto, e deverá cair no último trimestre. Mas essa queda não vai reverter a tendência de crescimento das vendas internas, ao contrário, a estimativa dos fabricantes é fechar o ano com crescimento de 6,4% em relação ao ano passado (até julho o aumento foi de apenas 2,4%).
Explica-se: o último trimestre de 2008 foi fulminado pela crise. As vendas despencaram em outubro, permanecem baixas em novembro e só começaram a se recuperar nos últimos dias de dezembro, graças à política de incentivo do governo com a redução do IPI. Então, calcula-se que, mesmo com a volta progressiva do IPI a partir de outubro, o último trimestre será bem melhor do que o mesmo período do ano passado.
O balanço de produção, vendas e exportações mostra uma vez mais que a indústria sofre as consequências da crise internacional, que atingiu em cheio os principais importadores do Brasil, Argentina à frente.
“O que está puxando o setor para baixo são as exportações, disse Jackson Schneider. Os números do mercado interno são fortes, considerando a situação em que nos encontramos”. O dirigente também falou com otimismo da baixa inadimplência do setor: 5,5%, abaixo da média. A inadimplência junto às financeiras das montadoras é ainda menor: 2,9%.
Outros índices positivos foram o aumento do crédito (+ 1,5%) e a queda dos juros (0,9 ponto percentual). O dirigente lembrou que, no aumento de emprego no mês, de 327 postos de trabalho, não estão computadas as 1.500 contratações anunciadas nos últimos dias (900 pela Hyundai em Goiás e 600 pela Renault em São José dos Pinhais).
O crescimento nas exportações vai depender de uma melhora no cenário internacional, o que começa a ocorrer em alguns setores. Mas por enquanto as vendas externas amargam uma queda de 50% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. No acumulado de janeiro a julho de 2008, a indústria faturou 8,125 bilhões de dólares com exportações. Neste ano foram apenas U$ 4,1 bilhões. O mês de julho registrou queda de 3,3% em relação a junho.
No setor de caminhões, o aumento de 12,9% nas vendas no mês não foram suficientes para recuperar o tempo perdido. No acumulado do ano o setor teve um queda de 19,4% em relação a janeiro-julho do ano passado. Os fabricantes acham que o setor deverá recuperar parte da perda nos próximos meses.
A produção este ano teve uma queda de 12.9% em relação ao ano passado.
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Joel Leite (joelleite@autoinforme.com.br) é diretor da Agência AutoInforme, especializada no setor automobilístico, que fornece informações para vários veículos de comunicação. Produz e apresenta o Boletim AutoInforme, das rádios Bandeirantes, Band News e Sul América Trânsito. É formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente.
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