28 de set. de 2010

Novo Uno: O para-brisa antiembaçante.

79º Dia
 

Uma das características mais diferenciadas do Uno Attractive 1.4 que estamos testando é o para-brisa antiembaçante (opcional). Isso mesmo, o vidro frontal do compacto conta com microfilamentos, quase imperceptíveis, que ajudam o motorista a não passar apuros em dias de frio e chuva, quando o vidro fica embaçado e você não tem ar-condicionado em seu automóvel.
Inicialmente, muitas indagações são feitas em nossa cabeça. Coisas como “será que precisa de cuidados especiais?”, “este vidro é mais caro?”, “será que realmente funciona?” e “por qual motivo isso foi introduzido em um carro popular?”. Para conseguir as respostas, contatei a assessoria da Saint-Gobain Sekurit, companhia que fabrica o tal para-brisa antiembaçante.
Inicialmente, deixamos claro que tal solução foi incluída nos carros mais básicos de cada versão, quando o modelo não conta com ar-condicionado. Se você já teve um carro assim, deve ter passado apuros em dias de frio e/ou chuva. Ou seja, além de ser um item de conforto, também pode ser considerado uma solução de segurança para os automóveis de entrada.

 

E exatamente isso que acaba sendo interessante: diferentemente dos mercados norte-americano, europeu e asiático, onde o para-brisa antiembaçante é aplicado em automóveis de maior porte e preço, no Brasil o sistema teve utilização pioneira em um modelo de entrada.
“Trata-se de um recurso inteligente adotado pela Fiat para proporcionar um maior padrão de conforto e segurança a automóveis sem ar-condicionado”, explica Manuel Corrêa, diretor-geral da Saint-Gobain Sekurit, fabricante do produto (a declaração foi retirada do material de divulgação do item).

 

Primeiramente, explico como é construído o vidro antiembaçante. São duas camadas de vidro (por fora e por dentro) e uma interna de PVB (plástico polivinil butiral). Nesta, existe uma resistência elétrica intermediária, junto com o plástico. Ela é formada por microfilamentos de tungstênio. Diferentemente dos filamentos do vidro traseiro, onde conseguimos ver facilmente as “linhas” da resistência, no para-brisa isso não pode ser visível.
Então, com a explicação acima, vamos às respostas das perguntas: “será que precisa de cuidados especiais?”. Não. De acordo com a própria Saint-Gobain Sekurit, como o filamento encontra-se dentro de duas camadas de vidro, não é necessário ter cuidados especiais como nas resistências do vidro traseiro.
“Este vidro é mais caro?”. Sim. A Fiat cobra R$ 267 pelo opcional. Tentei contatar uma concessionária da marca para saber se eles ofereciam o item no catálogo de reposição de peças e recebi uma resposta desanimadora de um vendedor: “Para-brisa com anti-embaçante? Assim, no vidro da frente? Nossa, eu nem sabia que isso existia”. O funcionário ainda procurou no sistema e não achou nada diferente. “Só estou encontrando para-brisa simples, escurecido e degradê”, finalizou o rapaz que trabalha no setor de peças uma concessionária da Fiat no Ipiranga. Pois é, isso parece ser novidade até mesmo para eles.

 

Infelizmente, os dias em São Paulo estão muito secos e quentes. Assim, não consegui fazer o teste real do funcionamento, mas, como são centenas de microfilamentos, acredito que funcione muito bem.
Pude reparar na noite de ontem que tal item acaba prejudicando um pouco a visão. De dia, mal são vistos os “riscos pretos”. Mas, pela noite, principalmente com os outros carros vindo em sua direção, em uma via de mão dupla, os pequenos filamentos acabam tirando um pouco da atenção. Se não existe uma luz direta no para-brisa, mal é notado o opcional. Logicamente, prefiro isso a ficar desesperado com o vidro embaçado!
Sobre o reparo, em caso de algum pequeno trinco, a especialista da Saint-Gobain também afirmou que o conserto ocorre de forma normal, já que a reforma do vidro é feita apenas nas camadas externas.
E você, acha que essa tecnologia pode ser uma boa solução para veículos sem ar-condicionado, ou teria medo de a visão levemente prejudicada poder causar algum problema maior?

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