Test Drives
22/07/2009 16:44:00
Assim como o Aston Martin está associado a James Bond, devemos ligar o Audi Quatrro a seu criador: nada menos que Ferdinand Piëch. Neto de Ferdinand Porsche, Piëch desenvolveu o imbatível carro de corrida 917 enquanto esteve na empresa da família nos anos 1960, antes de abrir caminhos para motores de cinco cilindros e para o Quattro, na Audi, nos anos 1970.
Depois disso ajudou a Volkswagen a tornar-se a colossal empresa que é hoje, na época em que era o CEO do grupo, nos anos 1990. "Aposentou-se" em 2002.
Mas agora que a Porsche (empresa da qual é o segundo maior acionista) efetivamente discute sua participação na VW, ele está de volta.
O que tudo isso tem a ver com o novo Audi TT RS? Não podemos deixar de querer saber se o primeiro motor de cinco cilindros da Audi em 15 anos tem algo a ver com o renascimento de Piëch no pico da evolução da empresa.
Há muito que ele é obcecado pelos cinco-cilindros; ele criou seu primeiro - um motor a diesel para a Mercedes - no início dos anos 1970 antes de entrar para a Audi, onde compôs desses motores a gasolina e a diesel, criando, em 1980, com um motor turbo a gasolina, o Quattro. Ele gosta desses motores porque eles podem ser instalados na transversal e são tão eficientes quanto poderosos. O Audi 90 IMSA GTO chegava aos 720 cv com um motor 2.2.
Mas eles podem ser difíceis de serem projetados e Piëch sempre gostou de estabelecer tarefas que cobravam maior empenho de seus subordinados, promovendo aqueles que não falhavam. Se você sempre se pergunta por quê a VW se preocupava tanto com os motores V10 turbodiesel, ou se questiona sobre todo o projeto Veyron, essa matéria pode, ao menos em parte, ajudá-lo. Assim como o fez também com os engenheiros por trás do novo TT RS que, a essa altura, terão notado que Piëch prestaria atenção a cada passo que davam em referência a seu coupé original dos anos 1980. Eles passaram toda sua vida tentando fazê-lo bem feito. E acredito que conseguiram.
Os carros RS da Audi podem não ter a pureza e a consistência da engenharia que apresentam os carros da série M da BMW, mas eles todos devem ter seguido dois princípios básicos. Primeiro: a dirigibilidade não deve ser comprometida. E, segundo: o motor deve ser diferenciado. Não confunda os carros RS da Audi com Porsche.
A divisão Quattro da Audi - que cria os carros RS - queria utilizar motores de cinco-cilindros em seus TT para acrescentar mais potência e "bagagem" a seus carros, mas a Audi não tem um motor desses e projetar um motor totalmente novo traria gastos absurdos à montadora. Assim, procuraram por toda a VW e encontraram um motor 2.5, naturalmente aspirado utilizado no VW Jetta, o mesmo que é importado do México e vendido aqui no Brasil.
Reformado para dar mais força e menos peso, com revestimento em alumínio, injeção direta e um pesado turbo, esse motor agora se encontra sobre um TT RS e alcança 335 cv entre 5.400 e 6.500 rpm e 45 kgfm de torque entre 1.600 e 5.300 rpm.
O câmbio manual padrão da Audi e as transmissões DSG de embreagem dupla não estavam à altura do motor, então os engenheiros foram à caça novamente e encontraram um câmbio de seis velocidades de uma - veja só - Van Transponder, da VW.
O carro é 10 mm mais baixo do que o TT já conhecido, tendo a opção de mudança para Magnetic Ride, opcional da Audi para a suspensão. Os freios estão maiores - 370 mm na frente e 310 mm na traseira - e a direção eletromecânica sensível à velocidade foi recalibrada para agüentar um maior peso e responder mais rapidamente. Há mudanças menores nos sistemas de direção 4x4, principalmente para cooperar com o torque, mas também para transmitir força às rodas traseiras um pouco mais rápido.
Esqueça o chassis por um momento. Esse é um carro dominado por seu motor. Rápido por natureza, fazendo você sentir cada um dos 4,6 segundos que percorre de 0 a 100 km/h e muito, mas muito mais do que suas 2.480 cc.
Ambos, Lotus Evora e SLK55, batem os 4,9 segundos, mas custam muito mais. Os tempos do Audi devem muito a sua tração vinda do Quattro, mas ele ainda parece mais rápido em alta velocidade. O torque máximo aparece apenas com 1.600 rpm, assim, a aceleração é furiosa quase o tempo todo, independentemente de sua mudança de marcha. O limite de rotação do motor é de 7.000 rpm. Sua velocidade máxima de 250 km/h é limitada eletronicamente, embora ele pudesse chegar a 290 km/h sem qualquer esforço, afirma a Audi
O barulho do pesado motor cinco cilindros turbo - especialmente quando você pressiona o botão sport no câmbio, que faz com que os dois escapamentos se abram completamente - se parece com um feroz viking em batalha, destruindo o vento. Você também poderá sentir isso. Os engenheiros, com toda certeza, deixaram um monte de chiados nos pedais, além de uma espécie de circuito secundário de tração a medida que você tem ou não combustível. A caixa de câmbio faz um trabalho razoável para gerenciar todas suas atividades - ela é rápida, curta e eficiente, pra não dizer absolutamente agradável.
Você não imagina ver um RS com uma cara totalmente nova, com motor frontal, tração 4x4 de um TT, desbancando um Cayman, justamente quando o Cayman vem a ser melhor do que qualquer outro carro do planeta. E não vai ver. Nosso carro de testes traz rodas de 19" com pneus de perfil 35. A qualidade de direção é inegavelmente boa e refinada. O volante é rápido e pontual e os freios são perfeitamente precisos.
Mas o maior dos progressos é você quem pode fazer, ao pressionar ESP (sistema que estabiliza o veículo e reduz o risco de derrapagem). Completamente comprometido com a dirigibilidade, o carro sofrerá um "ataque de pânico", uma imputabilidade combinada, que irá cortar o motor caso você entre em uma curva acima de 6 km/h a mais do que se espera, Você pode desligá-lo completamente, mas isso fará com que a intervenção do motor seja cancelada e aumente o trabalho dos freios individualmente o suficiente para que você possa dirigir de maneira comprometedora sem qualquer interferência ou ajuda do carro. Agora você pisa fundo e arranca.
As mudanças exteriores foram delicadas. Não há detalhes excessivos no RS; apenas entradas de ar maiores na frente, saias laterais mais largas, rodas opcionais nos tamanhos 18", 19" e 20" com o emblema do RS nas rodas, no nariz do carro e na traseira. Você até pode trocar o aerofólio traseiro pelo padrão do TT, caso seu estilo seja mais contido.
No interior há mais emblemas RS, um cronômetro e relógios digitais de pressão e temperatura do óleo, assentos esportivos (opcionais de corrida). Ele pesa 40 kg a mais do que o V6 de 250 cv e 55 kg a mais do que o TTS quatro cilindros de 272 cv.
O TT RS traz um poderoso motor para um competente chassis. O Cayman S traz um poderoso motor para um poderoso chassis, e por isso é um carro melhor. Mas se você é um cara com estilo de TT e gosta da idéia de ter todos esses grunhidos sem comprometer o visual geek do TT, nós o apoiamos, sem dúvidas, a comprar o seu. Assim como Piëch.
O poder dos cinco cilindros
A sigla TFSI vem de um tipo de injeção turboalimentada que foi a responsável por vencer Le Mans, por cinco vezes, pela Audi.
Se você ainda não abraçou a causa da injeção direta e de uma sobrealimentação, então preste atenção a isso. Esse é um motor 2.5 que produz 335 cv, e que a Audi afirma ter consumo médio de 12,7 km/l enquanto emite cerca de 214 g/km de CO2, evitando ficar entre os carros mais caros em relação a impostos e permitindo que você tenha uma economia graças a isso.
O motor é relativamente leve, com cerca de 183 kg. A camada de tinta especial utilizada no motor foi usada primeiro nos motores a diesel de alta-capacidade, que têm que ser fortes o suficiente para suportar a alta pressão. A Audi testou o material em motores de corrida a gasolina antes de produzi-los para o TT RS. Cada pistão de alumínio pesa menos que meio
A estranha seqüência de ignição 1-2-4-5-3, na qual trabalham os cilindros, onde o próximo cilindro a dar combustão segue uma alternância adjacente e permite que o motor emita um agradável ruído, enquanto um eixo de balanceamento o mantém o funcionamento macio, sem vibrações.
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