Sistema de varão é antiquado, mas relação de marchas faz inveja
Comportamento
Ao ligar o motor, acionar a pesada embreagem e engatar a 1ª marcha é possível sentir certa resistência da alavanca seletora, que após ser analisada com o veículo suspenso no elevador, foi possível descobrir que a Renault continua a adotar o antiquado sistema de varão para o engrenamento. De comprovada robustez, o sistema deixa a desejar no quesito conforto. Para engatar a 5ª marcha, por exemplo, o condutor precisa se esforçar acima da média, o que chega a doer o braço. O sistema de acionamento da embreagem é feito por cabo de aço.
Por outro lado a relação de marchas faz inveja a muitos concorrentes, pois está muito bem escalonada em relação à potência e torque do motor 1.6 8 válvulas flex. De relações curtas, porém sem excessos, o veículo ganha velocidade rapidamente e sem perder o fôlego nas subidas. Cantar pneus ao afundar o pedal do acelerador não é tarefa das mais difíceis.
Outro item que apresenta falta de conforto está relacionado à altura do volante, que mesmo ajustado na posição mais baixa, continua a ser ‘alto demais’, lembrando o de alguns furgões utilitários. Esta negativa característica se aplica em qualquer veículo da marca.
Por outro lado a suspensão do Symbol demonstra incrível sensação de conforto aos ocupantes, mesmo com o veículo vazio, fato que comprometeu o desempenho em curvas. Saiba que em tocada mais esportiva o sedã tende a sair de traseira, porém sem ser de maneira súbita.
Aqui está o ponto forte do modelo. Utilizado há vários anos na linha Renault, o 1.6 litro de 8 válvulas, flexível, denominado de K7M faz bonito nas acelerações e regularidade no funcionamento. O nível de ruído é mediano, chegando a ser um pouco áspero nas médias rotações, porém perfeitamente aceitável visto possuir acerto que privilegia o melhor desempenho nas baixas e médias rotações. O peso da idade surge ao avaliarmos a taxa de compressão, que é de 9,5:1, e do sistema de ignição, que ainda utiliza bobina coletiva aliada a cabos de vela. Quanto aos coxins do motor, “a durabilidade é limitada e custa caro”, arrisca o reparador Domingos, da Engin. Para trocá-lo, não há grandes dificuldades, mas uma girafa será necessária.
Como em todos os veículos da marca, aptos a rodar tanto com gasolina, quanto com álcool, o reservatório de partida a frio está presente. A peça fica localizada dentro do cofre do motor, ao lado dos reservatórios do líquido de arrefecimento e direção hidráulica.
O motor é responsável também por girar a bomba da direção hidráulica, de funcionamento convencional e o acelerador é do tipo eletrônico, sem a presença de cabo de aço. O número do motor está inscrito no bloco produzido de ferro fundido, logo na parte inferior dianteira, atrás da saída de escape. Existem duas caixas de fusíveis principais, sendo uma localizada a direita do cofre do motor e outra na lateral do painel, no lado do motorista.
Para cumprir a legislação mais restrita quanto a emissão dos gases poluentes e a norma OBDBr-2, o Symbol utiliza duas sondas lambdas, sendo uma antes do catalisador e outra após a peça. Desta maneira o módulo consegue efetuar também um comparativo da eficácia de funcionamento e transformação dos gases.
O plug do sistema de diagnose da injeção está localizado abaixo do painel central, a frente da alavanca de câmbio. O reparador terá que remover o cinzeiro, puxando-o para cima.
Ao contrário do irmão Sandero, o disco de freio dianteiro do Symbol é do tipo ventilado e cumpre bem com a função. A versão avaliada possui sistema antitravamento ABS, item disponível como opcional. Na traseira, um par de tambores e lonas são os responsáveis em complementar o conjunto. Segundo Paulo Aguiar, “não há segredos no momento de repará-lo, pois a acessibilidade e facilidade de trabalhar são boas. Apenas o reservatório do fluído de freio DOT 4 é que está um pouco escondido, o que dificulta a vida do reparador”, comenta o engenheiro mecânico.
Tanto o motorista, quanto o passageiro do banco dianteiro contam com air bag de série.
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