14 de abr. de 2010

Renault Symbol vai à Oficina

Sistema de varão é antiquado, mas relação de marchas faz inveja

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Com a missão de renovar o defasado Clio, o Symbol chegou equipado com semelhante plataforma, motorização e transmissão. Apenas o habitáculo e a carroceria externa sofreram grandes mudanças. Portanto vamos conferir agora os principais pontos do modelo, que foi avaliado na oficina Engin Engenharia Automotiva, pertencente ao integrante do Conselho Editorial do jornal Oficina Brasil, Paulo Aguiar.

Comportamento

Ao ligar o motor, acionar a pesada embreagem e engatar a 1ª marcha é possível sentir certa resistência da alavanca seletora, que após ser analisada com o veículo suspenso no elevador, foi possível descobrir que a Renault continua a adotar o antiquado sistema de varão para o engrenamento. De comprovada robustez, o sistema deixa a desejar no quesito conforto. Para engatar a 5ª marcha, por exemplo, o condutor precisa se esforçar acima da média, o que chega a doer o braço. O sistema de acionamento da embreagem é feito por cabo de aço.

Por outro lado a relação de marchas faz inveja a muitos concorrentes, pois está muito bem escalonada em relação à potência e torque do motor 1.6 8 válvulas flex. De relações curtas, porém sem excessos, o veículo ganha velocidade rapidamente e sem perder o fôlego nas subidas. Cantar pneus ao afundar o pedal do acelerador não é tarefa das mais difíceis.

Outro item que apresenta falta de conforto está relacionado à altura do volante, que mesmo ajustado na posição mais baixa, continua a ser ‘alto demais’, lembrando o de alguns furgões utilitários. Esta negativa característica se aplica em qualquer veículo da marca.

Por outro lado a suspensão do Symbol demonstra incrível sensação de conforto aos ocupantes, mesmo com o veículo vazio, fato que comprometeu o desempenho em curvas. Saiba que em tocada mais esportiva o sedã tende a sair de traseira, porém sem ser de maneira súbita.


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Motor

Aqui está o ponto forte do modelo. Utilizado há vários anos na linha Renault, o 1.6 litro de 8 válvulas, flexível, denominado de K7M faz bonito nas acelerações e regularidade no funcionamento. O nível de ruído é mediano, chegando a ser um pouco áspero nas médias rotações, porém perfeitamente aceitável visto possuir acerto que privilegia o melhor desempenho nas baixas e médias rotações. O peso da idade surge ao avaliarmos a taxa de compressão, que é de 9,5:1, e do sistema de ignição, que ainda utiliza bobina coletiva aliada a cabos de vela. Quanto aos coxins do motor, “a durabilidade é limitada e custa caro”, arrisca o reparador Domingos, da Engin. Para trocá-lo, não há grandes dificuldades, mas uma girafa será necessária.

Como em todos os veículos da marca, aptos a rodar tanto com gasolina, quanto com álcool, o reservatório de partida a frio está presente. A peça fica localizada dentro do cofre do motor, ao lado dos reservatórios do líquido de arrefecimento e direção hidráulica.

O motor é responsável também por girar a bomba da direção hidráulica, de funcionamento convencional e o acelerador é do tipo eletrônico, sem a presença de cabo de aço. O número do motor está inscrito no bloco produzido de ferro fundido, logo na parte inferior dianteira, atrás da saída de escape. Existem duas caixas de fusíveis principais, sendo uma localizada a direita do cofre do motor e outra na lateral do painel, no lado do motorista.

Para cumprir a legislação mais restrita quanto a emissão dos gases poluentes e a norma OBDBr-2, o Symbol utiliza duas sondas lambdas, sendo uma antes do catalisador e outra após a peça. Desta maneira o módulo consegue efetuar também um comparativo da eficácia de funcionamento e transformação dos gases.

O plug do sistema de diagnose da injeção está localizado abaixo do painel central, a frente da alavanca de câmbio. O reparador terá que remover o cinzeiro, puxando-o para cima.

Ao contrário do irmão Sandero, o disco de freio dianteiro do Symbol é do tipo ventilado e cumpre bem com a função. A versão avaliada possui sistema antitravamento ABS, item disponível como opcional. Na traseira, um par de tambores e lonas são os responsáveis em complementar o conjunto. Segundo Paulo Aguiar, “não há segredos no momento de repará-lo, pois a acessibilidade e facilidade de trabalhar são boas. Apenas o reservatório do fluído de freio DOT 4 é que está um pouco escondido, o que dificulta a vida do reparador”, comenta o engenheiro mecânico.

Tanto o motorista, quanto o passageiro do banco dianteiro contam com air bag de série.

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