Acabamentos mais sofisticados, novo painel de instrumentos, câmbio automatizado e estilo reforçarão as vendas do hatch
A nova identidade visual da Volkswagen tem um apelo fortíssimo. Todos os carros da marca no exterior passarão a adotá-la em breve, enquanto, no Brasil, o primeiro a fazer isso foi o Fox. Deixando de lado o visual arredondado, o carrinho agora mostra linhas mais retas e agressivas, mas é por dentro que ele deve encantar os atuais proprietários do veículo e seus futuros compradores. A reforma íntima pela qual ele passou o tornou um veículo mais evoluído.
A mudança de estilo, evidentemente, é o que mais se nota, num primeiro contato. Os faróis hexagonais da nova Volkswagen, no Fox, usam parábola simples e duas parábolas, que oferece iluminação superior. Eles também integram os piscas, como no modelo anterior, mas de um modo mais sofisticado, sem elementos arredondados.
O capô e o para-choque dianteiro acompanham as linhas mais retas e ajudam o Fox a ter um estilo mais seco e esportivo. Aliás, não é só nisso que a dianteira mudou: como em toda reforma íntima, é no interior que as alterações mais profundas aconteceram.
A travessa, agora, é aparafusada, o que facilita reparos. Com isso, o índice CAR Group do Fox, que mede custos de reparabilidade, continuou o menor da categoria, 10. Só não foi mais baixo, provavelmente, porque 10 é o menor índice possível.
Atrás, as lanternas se acendem com desenhos mais ousados, também abandonado os elementos arredondados. Brilhando, elas são como uma cara feia dizendo àqueles que andam colados na traseira alheia para ficar à distância. As luzes de ré, por exemplo, são apenas um fio de luz. Bonitas, mas podem ser pouco perceptíveis em lugares claros.
Além das alterações estéticas, insuficientes para chamá-lo de “nova geração” (algo que a Volkswagen, sabiamente, não se atreveu a fazer), o Fox ganhou uma nova cor, a Branco Oryx, um Branco iPod, se a Apple tivesse autorizado a marca alemã a usar esse termo. A ideia certamente foi dar ao Fox um ar de modernidade. Nem seria preciso. Com a nova dianteira, o carro consegue esse tom mesmo pintado de preto ou prata, as cores de quem se preocupa mais em vender do que em curtir o veículo.
Ao volante
Depois do contato inicial com a aparência nova do Fox, quem não se deixou afetar pelas mudanças vai ficar menos indiferente ao abrir a porta. Plásticos de acabamento bem cuidado, com tecidos nas portas e desenho atual fazem par com o novo painel, de quatro mostradores, dois deles maiores, para o hodômetro e o conta-giros, e dois menores integrados a eles, com marcador de combustível e de temperatura do motor. Entre os dois maiores há a tela do computador de bordo.
Os bancos, com tecido que não absorve suor, acomodam bem o motorista, ainda que a posição de dirigir alta não seja passível de muita diminuição mesmo com a regulagem de altura. Bom para quem é baixo e gosta de ver o trânsito de uma posição mais alta, mas ruim para quem é alto e tem de lutar para enxergar o que o semáforo está indicando sem ter de abaixar a cabeça. De todo modo, o teto alto do Fox e o para-brisa também mais alto facilitam essa visualização.
Para ajudar a encontrar uma posição de dirigir mais confortável, o volante pode ter regulagem de altura e de distância. É item opcional a não ser na versão Prime, mas deveria ser de série, desde o modelo 1-litro, o mais simples. No que avaliamos, esse equipamento estava presente.
Ainda que o acabamento esteja muito melhor que o do modelo anterior, o Fox com motor 1-litro mostra como esses propulsores são adequados apenas para modelos menores, como o smart fortwo. No Fox, o 1-litro não inspira a menor confiança em ultrapassagens ou em outras situações em que é preciso força, como ao entrar em uma via movimentada.
Isso faz com que seja preciso pisar forte no acelerador para o carro andar satisfatoriamente (ou perto disso, o que não chega a acontecer). Com isso, o consumo sobe bastante. Abastecido com álcool, o Fox 1-litro fez 6 km/l em nossa avaliação, em circuito misto. O câmbio era manual, o único disponível para o motor 1-litro.
A diferença que sentimos ao dirigir o modelo 1,6-litro, equipado com câmbio I-Motion, um manual automatizado que também equipa Polo, Gol e Voyage, foi como se poderia esperar. Muito grande, para fugir do chavão e não dizer brutal.
Começa no torque e na potência do propulsor mais forte. E bota mais forte nisso: são 28 cv e 29 Nm a favor do 1,6-litro. Basta pisar de leve no acelerador para o carro reagir como se espera. Com isso, o modelo 1,6-litro, também movido a etanol, foi muito mais econômico: chegou a fazer 8,4 km/l conosco, na cidade e na estrada. A diferença, de R$ 5.000 entre o 1-litro e o 1,6-litro, pode compensar, tanto em termos de segurança quanto de consumo.
Como o Fox não mudou tanto em termos de comportamento, mantendo-se mais amigo de uma condução tranqüila que de uma esportiva, algo a que o Gol se presta melhor, o que vale ressaltar é o acerto de seu câmbio I-Motion. Perfeito.
É de estranhar que um carro que usa a mesma plataforma, o mesmo motor e o mesmo câmbio que o Gol I-Motion tenha um comportamento tão diferente. Gostaríamos de ter conversado com alguém da engenharia da VW no evento de lançamento do Fox, mas isso não foi possível depois de andar nos carros. A explicação para a diferença, então, fica para uma próxima oportunidade.
O que podemos dizer, até porque não foi uma impressão só nossa, é que a promessa de ausência de “cabeceios” que a VW fez ao lançar o I-Motion no Polo se cumpre no Fox e não no Gol. No Fox, as trocas são quase como se fossem feitas por um câmbio automático: suaves e imperceptíveis. É o modelo que os outros fabricantes devem querer atingir, mas que, por enquanto, só notamos no novo hatch da VW.
Como se vê, reformas íntimas poderiam parecer sutis se não trouxessem tantos benefícios a quem as enfrenta. O Fox é prova cabal disso.
FICHA TÉCNICA – VW Fox
Atrás, as lanternas se acendem com desenhos mais ousados, também abandonado os elementos arredondados. Brilhando, elas são como uma cara feia dizendo àqueles que andam colados na traseira alheia para ficar à distância. As luzes de ré, por exemplo, são apenas um fio de luz. Bonitas, mas podem ser pouco perceptíveis em lugares claros.
Depois do contato inicial com a aparência nova do Fox, quem não se deixou afetar pelas mudanças vai ficar menos indiferente ao abrir a porta. Plásticos de acabamento bem cuidado, com tecidos nas portas e desenho atual fazem par com o novo painel, de quatro mostradores, dois deles maiores, para o hodômetro e o conta-giros, e dois menores integrados a eles, com marcador de combustível e de temperatura do motor. Entre os dois maiores há a tela do computador de bordo.
Ainda que o acabamento esteja muito melhor que o do modelo anterior, o Fox com motor 1-litro mostra como esses propulsores são adequados apenas para modelos menores, como o smart fortwo. No Fox, o 1-litro não inspira a menor confiança em ultrapassagens ou em outras situações em que é preciso força, como ao entrar em uma via movimentada.
A diferença que sentimos ao dirigir o modelo 1,6-litro, equipado com câmbio I-Motion, um manual automatizado que também equipa Polo, Gol e Voyage, foi como se poderia esperar. Muito grande, para fugir do chavão e não dizer brutal.
Como o Fox não mudou tanto em termos de comportamento, mantendo-se mais amigo de uma condução tranqüila que de uma esportiva, algo a que o Gol se presta melhor, o que vale ressaltar é o acerto de seu câmbio I-Motion. Perfeito.
É de estranhar que um carro que usa a mesma plataforma, o mesmo motor e o mesmo câmbio que o Gol I-Motion tenha um comportamento tão diferente. Gostaríamos de ter conversado com alguém da engenharia da VW no evento de lançamento do Fox, mas isso não foi possível depois de andar nos carros. A explicação para a diferença, então, fica para uma próxima oportunidade.
FICHA TÉCNICA – VW Fox
MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, refrigeração a água, 999 cm³ e 1.598 cm³ |
POTÊNCIA | Motor 1-litro: 76 cv (álcool) e 72 cv (gasolina) a 5.250 rpm; motor 1,6-litro: 104 cv (álcool) e 101 cv (gasolina) a 5.250 rpm |
TORQUE | Motor 1-litro: 104 Nm (álcool) e 95 Nm (gasolina) a 3.850 rpm; motor 1,6-litro: 153 Nm (álcool) e 151 Nm (gasolina) a 2.500 rpm |
CÂMBIO | Manual de cinco velocidades ou manual automatizado I-Motion de cinco velocidades |
TRAÇÃO | Dianteira |
DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica |
RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 15” de aço ou de liga-leve |
PNEUS | Dianteiros e traseiros 195/65 R15 |
COMPRIMENTO | 3,82 m |
ALTURA | 1,54 m |
LARGURA | 1,64 m |
ENTREEIXOS | 2,47 m |
PORTA-MALAS | 260 l |
PESO (em ordem de marcha) | 1.009 kg (1.0), 1.046 kg (1.6) e 1.054 kg (1.6 I-Motion) |
TANQUE | 50 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira com eixo de torção |
FREIOS | Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira |
CORES | Branco Oryx, Amarelo Ímola, Prata Metálico, Bege Gold, Vermelho Tornado e Preto Ninja |
PREÇOS | R$ 29,99 mil (1.0 3-portas), R$ 30,61 mil (1.0 3-portas Trend), R$ 31,83 mil (1.0 5-portas), R$ 32,45 mil (1.0 5-portas Trend), R$ 34,8 mil (1.6 5-portas), R$ 35.477 (1.6 5-portas Trend), R$ 36,93 mil (1.6 5-portas Prime), R$ 37,29 mil (1.6 5-portas I-Motion), e R$ 39,4 mil (1.6 5-portas Prime I-Motion) |
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