Aparentado do sedã alemão, Chrysler é luxuoso, mas cobra preço em tamanho e consumo
Ele chama a atenção até hoje, quatro anos depois de ter sido lançado no Brasil, no comecinho de 2006. Talvez seja o fato de ser raro nas ruas, mas arriscamos dizer que é o estilo do Chrysler 300C que o mantém um magneto de olhares por onde quer que ele ande. Além de bonito, o carro também é luxuoso e confortável, mas cobra seu preço por isso.
Não falamos nem tanto em quanto ele custa. Vendido a R$ 134,9 mil (valor que pode ser ainda mais baixo, com os descontos oferecidos pelas concessionárias), ele é até uma pechincha diante de tudo que oferece. Bancos elétricos, em couro e aquecidos, sistema de som de alta qualidade, com tela de cristal líquido, vidros, travas e retrovisores elétricos, ar-condicionado de duas zonas e o belo motor V6 de 3,5 litros, além do parentesco com o Mercedes-Benz Classe E da geração anterior. Falamos de outros tipos de custo.
Um deles é o consumo. Sim, o 300C tem um belo motor V6 de 3,5 litros de 249 cv a 6.400 rpm e 340 kgm a 3.800 rpm. Não é pouca coisa, mas não justifica o consumo médio, inclusive com um bom percurso em estrada, de 5,7 km/l. Se quem optar por um 300C rodar só pela cidade, a tendência é que essa média seja ainda pior, ficando perto de uns 4,5 km/l ou menos. Se ele fosse um V8, vá lá, mas, com seu motor menor, ele deveria ser mais frugal na hora de se alimentar.
O câmbio automático, fabricado pela Mercedes-Benz, é de cinco marchas, mas seu comportamento, com trocas lentas, e o painel, que indica apenas até a quarta marcha, dão a impressão de que se trata de uma transmissão com menos velocidades.
Isso se explica, em parte, pelo software de gerenciamento do sistema e em parte pelo fato de a quinta marcha ser muito longa, chamada de “overdrive”, ou seja, não é com ela que o carro atinge sua velocidade máxima, mas sim com a quarta. A quinta marcha, ironicamente, é voltada a um consumo mais baixo de combustível.
Na prática, isso faz o 300C ficar mais vulnerável a seu peso, alto, de 1.815 kg. Mesmo com o motorzão V6. As respostas ao acelerador são um pouco lentas. Não é nada que comprometa a dirigibilidade do sedã ou a sensação de segurança que ele transmite. O problema é que se espera bem mais dele e essa expectativa, na versão V6, é frustrada.
O outro custo é o espaço que o 300C ocupa. Ele é longo (5,02 m de comprimento) e largo (1,88 m de largura), muito mais do que todos os modelos fabricados no Brasil. Essas medidas podem até ser comuns em estradas norte-americanas ou avenidas de faixas largas, mas são excessivas na maior parte das vias brasileiras. Isso para não falar das garagens.
Aliás, já que tocamos no assunto, o interessado no 300C deve ficar bem atento para ver se sua vaga de garagem o comporta. Durante nossa avaliação, houve vagas em que era simplesmente impossível abrir as portas do veículo. Para estacionar, os passageiros tiveram de descer antes do carro. O motorista também teve seu quinhão de sacrifício, saindo pelo porta-malas, que é bastante amplo e tem uma lingüeta que o abre por dentro. Não recomendamos que ninguém faça isso em casa. Apenas que fique atento para receber o 300C com o conforto que ele oferece, mas que também exige. E isso inclui uma garagem bem grande.
Quem não considerar o consumo alto e o tamanho do carro como um empecilho para comprar o seu ainda terá de tomar cuidado com mais um fator: a iminência da chegada de sua segunda geração. Esperada para o ano que vem, já como modelo 2012, ela será mais arredondada que o modelo atual.
Há dois aspectos a analisar com relação a isso. O primeiro é que um modelo novo sempre faz o anterior cair de preço, o que é ainda mais verdadeiro em relação a modelos importados. O 300C atual, portanto, vai perder valor. O segundo é que, por ser mais arredondada, a nova geração será mais comum, com menos personalidade. Como o estilo quadradão do 300C é o que o faz se destacar entre a multidão, os descontos oferecidos pelo modelo atual podem ser uma excelente oportunidade de negócio.
Ao volante
O parentesco do 300C com o Mercedes-Benz Classe E anterior se faz notar especialmente no interior do sedã norte-americano. Há diversas peças compartilhadas entre os dois modelos, como as luzes dos sensores de distância, os comandos-satélite, todos do lado esquerdo da coluna de direção, e o seletor dos faróis. E não se limita a isso.
O 300C tem comportamento de carro europeu, pelo menos no que se refere à suspensão (como já dissemos, o câmbio poderia ser mais rápido). Ela é firme sem comprometer o conforto e, nos buracos e valetas das grandes cidades, parece indestrutível, com rodas de aro 18” para coroar o belo conjunto. Não se ouve, no interior do carro, nenhum barulho causado pelos solavancos de nosso piso ruim.
Quando é devidamente provocado, o motor empurra o carro para a frente com vigor. Não é o mesmo vigor que a versão V8 apresenta, mas a diferença de preço entre as duas compensa a escolha. São pouco menos de R$ 40 mil de um carro para o outro (R$ 134,9 mil, contra R$ 174 mil do V8), dinheiro suficiente para comprar um modelo menor. E mais amigo das grandes cidades.
No interior do 300C, cinco adultos viajam com bastante conforto, reforçado pela cintura alta do veículo, que tanto dá a ele um ar mais esportivo quanto uma sensação de “casulo”, mas sem a claustrofobia que um VW Fusca provoca, por exemplo.
Inegavelmente bom de dirigir, o 300C também pode ser considerado um carro de luxo acessível, dos mais baratos de seu segmento. Para quem anda procurando um carro na faixa de R$ 150 mil, ele é uma opção que deve ser levada em consideração.
FICHA TÉCNICA – Chrysler 300C V6
Ele chama a atenção até hoje, quatro anos depois de ter sido lançado no Brasil, no comecinho de 2006. Talvez seja o fato de ser raro nas ruas, mas arriscamos dizer que é o estilo do Chrysler 300C que o mantém um magneto de olhares por onde quer que ele ande. Além de bonito, o carro também é luxuoso e confortável, mas cobra seu preço por isso.
Não falamos nem tanto em quanto ele custa. Vendido a R$ 134,9 mil (valor que pode ser ainda mais baixo, com os descontos oferecidos pelas concessionárias), ele é até uma pechincha diante de tudo que oferece. Bancos elétricos, em couro e aquecidos, sistema de som de alta qualidade, com tela de cristal líquido, vidros, travas e retrovisores elétricos, ar-condicionado de duas zonas e o belo motor V6 de 3,5 litros, além do parentesco com o Mercedes-Benz Classe E da geração anterior. Falamos de outros tipos de custo.
O câmbio automático, fabricado pela Mercedes-Benz, é de cinco marchas, mas seu comportamento, com trocas lentas, e o painel, que indica apenas até a quarta marcha, dão a impressão de que se trata de uma transmissão com menos velocidades.
Isso se explica, em parte, pelo software de gerenciamento do sistema e em parte pelo fato de a quinta marcha ser muito longa, chamada de “overdrive”, ou seja, não é com ela que o carro atinge sua velocidade máxima, mas sim com a quarta. A quinta marcha, ironicamente, é voltada a um consumo mais baixo de combustível.
O outro custo é o espaço que o 300C ocupa. Ele é longo (5,02 m de comprimento) e largo (1,88 m de largura), muito mais do que todos os modelos fabricados no Brasil. Essas medidas podem até ser comuns em estradas norte-americanas ou avenidas de faixas largas, mas são excessivas na maior parte das vias brasileiras. Isso para não falar das garagens.
Aliás, já que tocamos no assunto, o interessado no 300C deve ficar bem atento para ver se sua vaga de garagem o comporta. Durante nossa avaliação, houve vagas em que era simplesmente impossível abrir as portas do veículo. Para estacionar, os passageiros tiveram de descer antes do carro. O motorista também teve seu quinhão de sacrifício, saindo pelo porta-malas, que é bastante amplo e tem uma lingüeta que o abre por dentro. Não recomendamos que ninguém faça isso em casa. Apenas que fique atento para receber o 300C com o conforto que ele oferece, mas que também exige. E isso inclui uma garagem bem grande.
Há dois aspectos a analisar com relação a isso. O primeiro é que um modelo novo sempre faz o anterior cair de preço, o que é ainda mais verdadeiro em relação a modelos importados. O 300C atual, portanto, vai perder valor. O segundo é que, por ser mais arredondada, a nova geração será mais comum, com menos personalidade. Como o estilo quadradão do 300C é o que o faz se destacar entre a multidão, os descontos oferecidos pelo modelo atual podem ser uma excelente oportunidade de negócio.
Ao volante
O parentesco do 300C com o Mercedes-Benz Classe E anterior se faz notar especialmente no interior do sedã norte-americano. Há diversas peças compartilhadas entre os dois modelos, como as luzes dos sensores de distância, os comandos-satélite, todos do lado esquerdo da coluna de direção, e o seletor dos faróis. E não se limita a isso.
O 300C tem comportamento de carro europeu, pelo menos no que se refere à suspensão (como já dissemos, o câmbio poderia ser mais rápido). Ela é firme sem comprometer o conforto e, nos buracos e valetas das grandes cidades, parece indestrutível, com rodas de aro 18” para coroar o belo conjunto. Não se ouve, no interior do carro, nenhum barulho causado pelos solavancos de nosso piso ruim.
No interior do 300C, cinco adultos viajam com bastante conforto, reforçado pela cintura alta do veículo, que tanto dá a ele um ar mais esportivo quanto uma sensação de “casulo”, mas sem a claustrofobia que um VW Fusca provoca, por exemplo.
Inegavelmente bom de dirigir, o 300C também pode ser considerado um carro de luxo acessível, dos mais baratos de seu segmento. Para quem anda procurando um carro na faixa de R$ 150 mil, ele é uma opção que deve ser levada em consideração.
MOTOR | Quatro tempos, seis cilindros em “V”, longitudinal, quatro válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), refrigeração a água, 3.518 cm³ |
POTÊNCIA | 249 cv a 6.400 rpm |
TORQUE | 340 kgm a 3.800 rpm |
CÂMBIO | Automático de cinco velocidades |
TRANSMISSÃO | Traseira |
DIREÇÃO | Hidráulica progressiva, por pinhão e cremalheira |
RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 18”, de liga-leve |
PNEUS | Dianteiros e traseiros 225/60 R18 |
COMPRIMENTO | 5,02 m |
ALTURA | 1,48 m |
LARGURA | 1,88 m |
ENTREEIXOS | 3,05 m |
PORTA-MALAS | 442 l |
PESO (em ordem de marcha) | 1.815 kg |
TANQUE | 68 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente SLA; traseira tipo Multilink |
FREIOS | Discos ventilados na dianteira e na traseira, com ESP, ABS, distribuição eletrônica de frenagem e controle de tração |
CORES | Azul Claro, Cinza Pedra, Cinza Mineral, Prata, Preto Brilhante, Azul Escuro, Preto Carbono e Branco |
PREÇO | R$ 134,9 mil |
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